sábado, 4 de março de 2017

Empreendedorismo por Necessidade cresce em Garanhuns e Segmento de Alimentação é Destaque

 

Os negócios mais populares são os que estão atraindo mais os consumidores de Garanhuns. É segundo reportagem publicada no Diário de Pernambuco, o segmento de alimentação é um dos que mais crescem na Cidade.

Foi neste ramo que o sócio do República Café, André Felipe Lopes (imagem ao lado), resolveu apostar todas as fichas. Formado em zootecnia e cursando Medicina Veterinária, Lopes perdeu o emprego que tinha e, junto com isso, a estabilidade financeira. “Eu cresci dentro de um comércio mas achava que ia fugir dele. Sempre foi minha última opção mas não vi outra saída a não ser investir no café que meus pais mantinham há 18 anos”, conta. Percebendo que o negócio precisava se modernizar, a primeira iniciativa foi a participação em feiras públicas. “Foi aí que começamos a atrair novos públicos e testar alguns produtos que poderíamos comercializar. Daí eu vi o que os clientes queriam e passei a buscar um novo ponto para transferir o café, já que o nosso era muito escondido”, relata. Fechado o contrato com o novo local foram 37 dias de reforma até a inauguração.

“Agora é um novo tempo. Temos que seguir investindo em marketing, em divulgação e ir nos capacitando”, enfatiza. Com quatro funcionários, Lopes acredita que o valor investido deve ser recuperado em um ano. Sobre conseguir uma nova oportunidade no mercado de trabalho ele é enfático: “Agora eu quero investir no meu. Tomei gosto e acredito que está dando certo”, comemora.

Com o agravamento da crise econômica, outro garanhuense que viu o emprego com carteira assinada deixa-lo e se aventurou no negócio próprio foi Andeclevison Capitó (imagem abaixo). “O desemprego gerou a necessidade”, diz Capitó, que aderiu ao empreendedorismo por necessidade.

Em janeiro de 2016, após tirar férias, Capitó foi desligado de uma indústria onde trabalhava como vendedor externo. Até junho ele buscou, sem sucesso, uma nova oportunidade no mercado de trabalho. “As contas já se acumulavam e aí, em uma conversa informal, decidi abrir uma padaria. Dei meu carro de entrada no maquinário e a família da minha esposa cedeu um espaço de um comércio deles para começarmos a trabalhar”.

A padaria Nosso Sonho funciona há três meses e já deu um novo ânimo à família. “Já conseguimos comprar outras máquinas e ampliar a produção. Foi um projeto que veio com a crise, nós abraçamos e agora estamos saindo dela”, enfatiza após contar que já tem planos de expandir o projeto. “Se tudo der certo, no ano que vem iniciaremos a construção da nossa padaria em um terreno que temos”, planeja.

MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS (MEI) - Entre novembro de 2014 e o último dia 11 de fevereiro, o número de Empreendedores Individuais (EI) cresceu 45,97% em Pernambuco, segundo levantamento realizado pelo Sebrae/PE. O percentual é bem parecido ao registrado no país, que teve um incremento de 49,9% na abertura de novos negócios. Mas no Estado há uma curiosidade: o número de negócios abertos pelo interior. As formalizações no Agreste Meridional, por exemplo, tiveram um crescimento de 43%. O maior número de empreendimentos está em Garanhuns, que aponta uma alta de 43,5%.

“Garanhuns tem crescido economicamente e se tornou uma cidade polo no Agreste. Com isso, há uma demanda maior de novos negócios. O desemprego gera a oportunidade e as pessoas estão abraçando esses nichos econômicos. O primeiro grande passo é a formalização. Ainda temos uma incidência de informais muito grande. Isso atrapalha o desenvolvimento econômico. Por isso há espaço na cidade para os que buscam a profissionalização e a formalização”, afirma o analista de orientação empresarial do Sebrae/PE, Jefferson Fernandes.

Mas aos interessados em iniciar uma trajetória como dono do próprio negócio, vale um alerta: antes de investir em um projeto, é preciso planejamento. “Tem que buscar informações, cursos, orientações. Não adianta ter uma ideia e não ter orientação para torná-la realidade com sucesso. É preciso buscar sempre uma capacitação para evitar problemas futuros. É preciso ter noção de planejamento, gestão financeira, além de outros específicos. Para quem investe na área de alimentos, é bom estar por dentro de informações sobre manejo dos alimentos, por exemplo”, orienta o analista de Orientação Empresarial do Sebrae/PE, Jefferson Fernandes.

O QUE É O MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL? - A figura do Microempreendedores Individuais (MEI) tem ganhado espaço principalmente pelos benefícios da formalização. Para se enquadrar no programa, é necessário faturar hoje até R$ 60 mil por ano ou R$ 5 mil mês, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular e no máximo um empregado contratado que receba o salário-mínimo ou o piso da categoria. Em contrapartida, o empresário terá como despesas o pagamento mensal, que corresponde a R$ 45 (Comércio ou Indústria), R$ 49 (prestação de Serviços) ou R$ 50 (Comércio e Serviços). O MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). (Com informações e imagens do Diário de Pernambuco. Confira AQUI ou AQUI)