O uso de álcool em gel não
influencia o teste do bafômetro em ambiente aberto, como nas blitze da Operação
Lei Seca. A utilização pode dar “falso positivo” apenas em ambiente fechado. De
qualquer forma, motoristas que se sentirem prejudicados terão possibilidade de
repetir o teste após 15 minutos. A informação foi repassada pelo coordenador
executivo da Operação, o major da Polícia Militar, Felipe Gondim, durante
entrevista coletiva da Secretaria Estadual de Saúde sobre os casos em
investigação e descartados de coronavírus em Pernambuco.
“É possível (o álcool em gel)
influenciar, desde que ele seja utilizado dentro de um ambiente fechado e
imediatamente antes do teste ser feito. Nós da Lei Seca fazemos o teste sempre
em ambiente aberto. Convidamos o usuário a sair do veículo e a se dirigir ao
local onde fazemos um teste. Porém, caso o condutor (que testar um falso
positivo) argumente que usou o gel momentos antes, será sugerido um novo teste
em 15 minutos, pois o álcool vai evaporar no ar e não vai dar positivo. Não é
possível algum condutor que fez uso de álcool em gel ser notificado, somente se
tiver feito o uso de bebida alcoólica”, disse o coordenador da Lei Seca em
Pernambuco. Ele ressaltou que esse mesmo procedimento é utilizado com relação
aos enxaguantes bucais que contêm álcool em sua composição.
O major Felipe Gondim defendeu
ainda que as autoridades não podem condenar o uso do álcool em gel como
instrumento eficaz de limpeza e higiene para combater qualquer tipo de doença
respiratória nem, por outro lado, reduzir a fiscalização dos que ainda conduzem
um veículo após fazer uso de bebida alcoólica. “Aqui em Pernambuco, a Lei Seca
vai continuar operando normalmente e cumprindo seu papel de salvar vidas
durante todo esse período (de enfrentamento ao coronavírus)”, colocou.
No
Brasil, os acidentes de trânsito com vítimas fatais ainda é uma epidemia mais
letal que qualquer vírus e sem perspectiva de “cura” ou solução a curto e médio
prazos. A cada hora, cinco pessoas morrem como vítimas de acidentes de trânsito
no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
A Operação Lei Seca em
Pernambuco abordou, em 2019, 270 mil veículos, aplicou 4 mil multas por
alcoolemia, um percentual de 1,4% em relação ao número de condutores abordados.
Nos oito anos de atuação da operação, a Lei Seca no estado abordou 2,8 milhões
de motoristas, entre condutores de moto, ciclomotores, táxis, ônibus,
automóveis e utilitários; recolheu 51.452 carteiras de habilitação e rebocou
35.467 veículos.
As infrações por alcoolemia somaram 48.324, sendo 36.605 por
recusas ao teste do bafômetro, 9.815 constatações do uso de bebida alcoólica
por motoristas e 1.904 crimes, quando a concentração de álcool no corpo
caracteriza o crime de trânsito. (Com informações e imagem do Diario de
Pernambuco. CONFIRA)