domingo, 22 de junho de 2014

Prefeitura de Garanhuns não cumpre Acordo e Ministério Público quer prazo definitivo para realização do Concurso Público

O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB) firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público se comprometendo em organizar um Concurso Público na Prefeitura. O prazo estipulado no acordo junto ao MP não foi cumprido e novas providências devem ser adotadas pelo Órgão de Fiscalização para fazer cumprir o que prevê a Constituição Federal, ou seja, substituir os contratados por servidores concursados.  

De acordo com informações do secretário de Administração, Alfredo Gois, a Procuradoria Geral do Município vem trabalhando na formatação do Projeto de Lei que será enviado à Câmara, criando os cargos que estarão em disputa no Certame. Todavia, a Câmara de Vereadores entrará em recesso na próxima quarta-feira, dia 25, e só volta às atividades legislativas no próximo mês de Agosto.     

Em entrevista exclusiva ao Blog, o promotor Domingos Sávio (foto), titular da Vara de Defesa da Cidadania do Ministério Público aqui em Garanhuns revelou o atual quadro desse processo. “Nós estamos acompanhando essa questão do Concurso Público dentro do projeto Admissão Legal, que visa estimular, exigir o cumprimento, a norma do Concurso Público como regra para admissão no Serviço Público. Instauramos na promotoria de Defesa da Cidadania de Garanhuns cinco procedimentos dentro desse projeto estratégico: um referente ao Poder Executivo; outro ao Poder Legislativo e um para cada uma das três autarquias municipais, a AMSTT, AESGA e IPSG. Em relação à Câmara Municipal nós tivemos o primeiro concurso da história daquele Poder. Já em relação ao Poder Executivo, nós estamos fazendo tratativas junto ao Prefeito, que ficou de fazer um levantamento da Legislação vigente”, pontuou o Dr. Domingos Sávio.

Ainda de acordo com o Promotor, o Ministério Público vai voltar a tratar do assunto junto a Prefeitura e buscará definir um prazo definitivo para realização do Concurso Público. “Nós ouvimos o Prefeito e representantes da Prefeitura no último mês de abril, quando nos apresentaram os membros da Comissão do Concurso e também foi mencionado que até o mês de junho estaria sendo lançado o edital. O prazo que a Prefeitura deu exauriu-se. Nós voltaremos a tratar com o Prefeito Izaías Régis, que acreditamos ter todo interesse em efetivar o Concurso Público, que é mais que uma exigência do Ministério Público, é uma exigência de cidadania, da necessidade de profissionalização do serviço público e da sociedade. Então nós voltaremos a tratar com o Prefeito, para definirmos um prazo definitivo para realização do Concurso Público da Prefeitura de Garanhuns”, chamou a atenção o representante do Ministério Público.

O Promotor também registrou as medidas adotadas pelo MP referente às Autarquias Municipais. “Em relação a AESGA nós sabemos da realização de concurso público para professor e setor administrativo que ainda esta em vigência. Já quanto ao IPSG nós tivemos contato com o seu presidente, Marcelo Marçal, que mencionou que as necessidades de cargos do Instituto foram repassados ao Poder Executivo ao qual compete também enviar ao Poder Legislativo a proposta para criação de cargos. Em relação a AMSTT nós estamos fazendo um levantamento e devemos enviar ao setor de contabilidade do Ministério Público”, finalizou o Dr. Domingos Sávio.

MP TAMBÉM ESTA ATENTO A CONTRATAÇÕES TEMPORÁRIAS NA FUNASE - Vale registrar que não é apenas a Prefeitura de Garanhuns que vem sendo acompanhada de perto pelo Ministério Público. As contratações temporárias que vem sendo realizadas pela Unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE)/Governo do Estado, aqui em Garanhuns – que recentemente convocou mais 20 aprovados no processo seletivo simplificado do Órgão – também chamam a atenção do MP. 

“Nós verificamos que há muita fragilidade nesses contratos, num setor que é permanente. Não se justifica que o Estado mantenha uma instituição como a FUNASE com Agentes Socioeducativos contatados temporariamente, num vínculo precário, em função que exige segurança para o servidor, uma capacitação e condições ideais de trabalho. Nós já oficiamos ao secretário Estadual de Infância e Juventude, Pedro Eurico e mencionamos a condição precária desses contratos”, finalizou o promotor Domingos Sávio.