A partir do dia 1º de janeiro
de 2018, o salário passará a ser de R$ 979. Fixado pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), aprovada na última quinta-feira, dia 13, o reajuste de
4,48% deve gerar um impacto de R$ 12,7 bilhões nas contas do Governo no próximo
ano e muito mais na economia do País. É que o salário mínimo, necessário para a
indução de movimento do mercado nacional, também é usado como base para
reajustar preços.
Mas, diante de um cenário de
inflação baixa, pela primeira vez desde 2006 não devemos sentir tanto no bolso
essa mudança. "A atual política de reajustes do salário mínimo tem
vantagens e desvantagens. A maior desvantagem é que ele cria mais uma indexação
na economia, já que seu valor é usado como referência em diversos benefícios
sociais", analisa o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Felippe Serigatti. Isso porque, de acordo com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 48 milhões de pessoas
no País têm rendimento referenciado no salário mínimo. Assim, ao repassar a
inflação anualmente para tentar evitar a perda real do salário mínimo, o
governo acaba pressionando diversos setores, que muitas vezes precisam
reajustar seus preços, gerando inflação. "Quando você está em um ambiente
de pressão de preços, o reajuste do salário mínimo funciona como lenha na
fogueira. O custo dele reatroalimenta a alta de preços", resume o
economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Thobias
Silva.
Como as previsões de inflação
para este ano têm permanecido abaixo do centro da meta de 4,5%, o reajuste do
salário mínimo, não deve ter esse efeito de combustível sobre os preços. A
última vez que isso aconteceu foi em 2006, quando a inflação oficial para o ano
ficou em 3,14%. (Com informações e
imagem do Jornal do Commercio. CONFIRA)