O verdadeiro dono
do avião Cessna Citation 560 em que viajava o ex-governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial, e que caiu em Santos, em 13 de
agosto de 2014, matando o então candidato socialista ao Planalto e vários
assessores de campanha, era mesmo do empresário Aldo Guedes. A informação foi
dada à Polícia Federal, em delação premiada, pelo empresário João Carlos Lyra
Pessoa de Melo Filho, segundo afirma reportagem publicada pela revista Veja, em
sua edição deste fim de semana.
João Carlos Lyra
foi preso em junho do ano passado, no âmbito da Operação Turbulência, que
investigou o caso do jatinho – juntamente com os também empresários Apolo
Santana e Eduardo Freire – e negociou o acordo de delação premiada pelo qual,
agora, faz as revelações. De acordo com a reportagem de Veja, Lyra teria
confessado à PF ter feito a compra do avião, mas revelou que o verdadeiro
proprietário seria Guedes, que teria desembolsado cerca de U$ 8 milhões pelo
jatinho, cujo modelo teria sido escolhido pelo próprio Ex-governador, Eduardo
Campos.
Lyra também
admitiu aos procuradores, na delação, que intermediava o recolhimento de
doações não-declaradas para a campanha de Eduardo Campos à Presidência, mas
afirmou que depois entregava tudo a Aldo Guedes, o “cabeça” da gestão do
dinheiro. O empresário falou ainda aos investigadores que a comunicação entre
ele e Guedes se dava por celulares registrados em nome de terceiros, e os
encontros geralmente aconteciam na garagem do seu prédio.
Ao contrário de
João Carlos Lyra, Aldo Guedes não está preso. Os dois são investigados também
pelo Ministério Público Federal (MPF) em outro inquérito, do qual ainda faz
parte o senador pernambucano pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Fernando
Bezerra Coelho, por denúncias de recebimento de propina pago por empreiteiras
envolvidas nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Suape.
NO AGUARDO - Ao comentar a reportagem de Veja, o advogado
de Aldo Guedes, Ademar Rigueira, limitou-se a afirmar que seu cliente já foi
ouvido no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), quando esclareceu não
ser o dono do avião. Diante das acusações de Lyra, porém, segundo o defensor,
Guedes não pretende reagir judicialmente. “Vamos aguardar. O depoimento (de
Lyra aos procuradores) deve gerar nova investigação, e então vamos nos
defender”, explicou. Rigueira lembrou ainda que até o momento não foram
apresentadas provas materiais contra Aldo Guedes que comprovassem a propriedade
do avião. “Delação premiada tem que ser acompanhada de provas materiais”,
completou. (Com informações e imagens de
http://www.blogdogidisantos.com.br/)