Um levantamento realizado pela
ONG Contas Abertas mostra que o governo federal liberou em junho R$ 134 milhões
em emendas parlamentares para 36 dos 40 deputados que votaram pela rejeição da
denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara.
Os Parlamentares que votaram pela
admissibilidade da denúncia, por sua vez, receberam R$ 66 milhões no mesmo
período, aproximadamente metade do montante recebido pelos deputados pró-Temer.
Na última quinta-feira, dia 13, a CCJ recusou, por 40 votos a 25, o relatório
do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava que o plenário desse
prosseguimento à denúncia de corrupção contra Temer. No mesmo dia, a comissão
aprovou o relatório de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que defendia que a denúncia
fosse rejeitada. A palavra final sobre o prosseguimento do caso será dada pelo
plenário da Câmara. Se pelo menos 342 deputados votarem contra o relatório de
Abi-Ackel, a denúncia contra o presidente seguirá para o Supremo Tribunal
Federal (STF).
Emendas parlamentares são
valores previstos no Orçamento e sua aplicação é definida pelo parlamentar que
as recebe, desde que obedecidos critérios como o uso exclusivo em projetos e
obras nos estados e Municípios. Em entrevista ao portal G1, no entanto, o
secretário-geral da Contas Abertas afirmou que o montante liberado em junho é
"absolutamente atípico para o período". Entre janeiro e maio deste
ano, por exemplo, o governo federal liberou em torno de R$ 102 milhões em
emendas para todos os parlamentares. Em junho, foram mais de R$ 2 bilhões
destinados a deputados de 27 partidos e bancadas estaduais. Apenas o PMDB,
partido de Temer, recebeu R$ 284,2 milhões. Nos primeiros seis dias de julho, o
governo já havia liberado mais recursos em emendas do que em qualquer um dos
cinco primeiros meses do ano.
De acordo com a ONG, o
deputado pró-Temer que recebeu os maiores valores em emendas no mês de junho
foi AbiAckel, autor do parecer aprovado na CCJ. O Parlamentar recebeu R$ 5,1
milhões. Em segundo e terceiro lugares estão os deputados Beto Mansur (PRB) e
Carlos Marun (PMDB), ambos com R$ 5 milhões. Questionado sobre os valores
disponibilizados para os Parlamentares, o palácio do Planalto afirmou apenas
que as emendas são uma imposição legal e que o Governo está cumprindo a lei. (Com informações e arte do Jornal do
Commercio. CONFIRA)