Recebemos do Engenheiro Paulo Camelo, líder do PSOL
em Garanhuns a seguinte Nota:
“Nosso partido foi
surpreendido com a matéria veiculada pelo programa Fantástico (TV Globo) no
último domingo e reproduzida por outros veículos de comunicação que tentam
vincular o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL/RJ) ao episódio que vitimou o
cinegrafista Santiago Andrade, no último dia 6 de fevereiro, durante conflito
entre manifestantes e policiais na cidade do Rio de janeiro.
Desde que teve
conhecimento do fato, o PSOL se solidarizou com a família do cinegrafista e se
colocou a favor da apuração dos fatos. Enviamos nossas condolências à sua
família. Nossa conduta foi idêntica também nos casos de agressões de policiais
a manifestantes e jornalistas em episódios recentes.
Sabemos que a leviandade cometida contra Marcelo Freixo e o PSOL na
referida matéria está inserida no contexto da crescente criminalização das
lutas sociais. Desde as manifestações de junho a postura do Estado brasileiro,
através do governo federal e dos governos estaduais, tem sido a de reprimir violentamente os
participantes de manifestações, orquestrando uma constante criminalização dos movimentos sociais, enquanto – o que é
mais grave ainda – ignora as principais demandas apresentadas pelos
manifestantes.
Essa situação
propiciou uma radicalização das manifestações e ofereceu espaço para pequenos
grupos anarquistas que vislumbram como estratégia política eficaz pra
transformar o mundo o ataque aos símbolos do capitalismo e das instituições.
A possibilidade de ocorrer uma fatalidade, seja através das balas da
Polícia, seja através de rojões dos manifestantes, estava dada. Foi assim com o
jornalista agredido pela PM em São Paulo no ano passado que perdeu a visão em um dos olhos, e
agora, levando o cinegrafista da TV Bandeirantes à morte.
Nosso partido apoia de forma irrestrita o direito à livre manifestação e
recrimina a postura repressiva do aparato estatal. Mas ao mesmo tempo, não
concorda e nem participa de ações efetuadas por pequenos grupos presentes em alguns atos.
Por essas razões,
fica evidente que a reportagem veiculada pelo Fantástico e outros veículos de
comunicação foi irresponsável e leviana, transformando informações frágeis numa
acusação gravíssima. A reportagem se baseia nas declarações do advogado Jonas
Tadeu Nunes, que defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José
Guimarães, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro. Justamente os milicianos
que foram para a cadeia pelo trabalho da CPI presidida pelo deputado Freixo.
A intenção não poderia ser mais clara. De um lado, visa atacar nossa principal liderança no Rio. De outro,
busca impingir ao nosso partido a pecha de violento, tentando frear a crescente
simpatia que o povo brasileiro tem tido por seu programa, por sua combatividade
e por suas candidaturas. E terceiro, mas não menos importante, é uma clara
tentativa de criar um ambiente negativo para as mobilizações que questionam os
abusivos gastos realizados com a Copa do Mundo.
Coincidência ou não,
tal armação acontece na mesma semana na qual se tenta aprovar no Senado o PLS
499/2013 (de autoria do senador Romero Jucá, expoente da base governista) que
quer criar o crime de terrorismo, numa disfarçada reedição da Lei de Segurança
Nacional. Ou seja, para muitos, os inimigos são “internos” e estão espalhados
pelas praças e pelas ruas protestando contra o aumento das tarifas dos
transportes públicos, as remoções da Copa, a construção de Belo Monte, o
assassinato de lideranças indígenas, na da Comperj e outros temas que tem
levado brasileiros a protestar. Tal iniciativa dá continuidade a medidas de
exceção como a Lei Geral da Copa, contra a qual apenas os parlamentares do PSOL
votaram.
Nosso partido exige
imediata retratação da TV Globo, para que se desfaça o prejuízo político
causado com a mentirosa reportagem; queremos que os culpados pela morte do
cinegrafista sejam processados e julgados e não aceitamos a criminalização das
manifestações públicas. Executiva Nacional do PSOL/PSOL DE
GARANHUNS – PE”.