Apesar da antiga promessa de diminuir as despesas com aluguéis de
delegacias, a Polícia Civil de Pernambuco continua gastando cifras milionárias
anualmente. No total, 111 imóveis estão alugados no Estado. Somados, custam R$
411.339,15 aos cofres públicos todos os meses. Isso significa que quase R$ 5
milhões são gastos por ano. Os dados foram obtidos pelo Ronda JC por meio da Lei de Acesso à
Informação.
No bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife, fica o imóvel mais caro
pago pela Polícia Civil. O Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais
(Depatri) – que abriga as delegacias de Roubo e Furtos, Roubo e Furto de
Veículos, Roubo de Cargas e a de Repressão ao Estelionato – custa mensalmente
R$ 114.856. Ou seja, quase R$ 1,4 milhão por ano. O valor do aluguel do Depatri
aumentou quase R$ 300 mil anuais na gestão do delegado Joselito Kehrle. Até
2017, o pagamento mensal custava R$ 96,8 mil. Um levantamento do Sindicato dos
Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) denunciou que pelo menos 14 imóveis alugados estavam
com os pagamentos atrasados.
SEM RESPOSTA - Ainda no mês
de dezembro, a Polícia Civil alegou que vinha diminuindo os gastos com
aluguéis, devolvendo imóveis e adquirindo outros por meio de parcerias com o
Poder Judiciário e com as prefeituras. Dezessete imóveis teriam sido devolvidos
em 2018, segundo a assessoria. Durante dois meses, o Ronda JC enviou inúmeros e-mails solicitando a
lista dessas delegacias que teriam mudado de endereço, mas até a manhã desta
segunda-feira, dia 18, nenhuma resposta foi dada.
DELEGACIAS SEM DELEGADOS - Enquanto o Governo do Estado investe R$ 5
milhões por ano com aluguéis de delegacias, 29 delegacias não contam com
delegados titulares, o que dificulta as investigações e conclusão de inquéritos
em andamento. O maior problema está nos municípios do Interior de Pernambuco. Como
solução e para diminuir os prejuízos à população, que está refém do medo, a
Polícia Civil determinou que delegados de outros municípios acumulem as
delegacias. Na prática, há mais de dez profissionais que trabalham em dois
municípios, por exemplo. (Com informações
do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)