O impacto ambiental das manchas de óleo que tomam parte do litoral do Nordeste brasileiro
e que chegou às praias de Pernambuco nessa quinta-feira, dia 17, pode se
prolongar por décadas. O alerta foi feito pelo professor de Ciências Biológicas
da Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho Júnior, na Praia dos
Carneiros, em Tamandaré, no litoral Sul pernambucano, um dos locais afetados
pela poluição ambiental. Além de Tamandaré, a praia de São José da Coroa Grande
também já foi afetada.
Segundo Clemente Jr., que,
além de biólogo, é oceanógrafo, há mais de um tipo de impacto ambiental.
"Existe o impacto agudo, que é o recobrimento da areia, dos corais, dos
manguezais. Pode recobrir cascos de tartaruga e outros animais. E depois há o
impacto crônico. A decomposição desse óleo pode liberar substâncias nocivas à
natureza e ao ser humano. Substâncias cancerígenas, como hidrocarbonetos,
metais pesados devem já estar sendo incorporados na cadeia alimentar",
alertou Coelho Jr.
Também acompanhando de perto o
trabalho de retirada das manchas de óleo nesta sexta, o secretário de Meio
Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, ainda não dá para saber a extensão dos
danos causados ao meio ambiental. "A prioridade é o trabalho de contenção
dentro do que for possível, colocando boias para que essas manchas não
contaminem os manguezais, áreas extremamente sensíveis. Se alguém identificar
uma mancha, deve avisar à Agência Ambiental ou à Capitania dos Portos",
informou. (Com informações e imagens da Folha de Pernambuco)