NOTA DE ESCLARECIMENTO - SECRETARIA DE AGRICULTURA
O Governo Municipal, por meio da Secretaria de
Agricultura, vem esclarecer alguns questionamentos sobre as ações do corte de
eucalipto no Parque Euclides Dourado e das podas nas árvores das ruas e praças.
É importante ressaltar que são duas ações diferentes. A primeira ação, isto é,
o corte dos eucaliptos, é realizada pela Secretaria de Agricultura. Já a
segunda ação, ou seja, as podas das árvores, é realizada pela equipe de poda da
Secretaria de Serviços Públicos e Obras.
Primeira ação: corte dos eucaliptos
O corte dos eucaliptos doentes, infelizmente, foi a
recomendação técnica indicada. De acordo com o secretário de Agricultura,
Epaminondas Borges, a reação de insatisfação da população acaba sendo,
inicialmente, comum. “Olhando o eucalipto por fora não se enxerga nada, é uma
árvore normal, aparentemente saudável, entretanto internamente elas estão, em
sua grande maioria, necrosadas. Essa necrose não comprometeu somente o tronco,
mas também as raízes”, acrescenta.
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Antes de assumir a Secretaria, também não tinha
notado nenhum problema com os eucaliptos, pois durante as caminhadas eu olhava
pra frente e não para o alto. Após assumir a Secretaria de Agricultura de
Garanhuns, em uma das visitas no Parque, observei um galho enorme que havia
caído na área quase em frente a Escola Henrique Dias. Nesse momento, olhei para
o alto e constatei uma grave situação, pois existia uma enorme quantidade de
galhos e eucaliptos mortos. Na semana seguinte, convidei o engenheiro florestal
Paulo Dill, professor da UFRPE/UAG, para ver também a situação e discutirmos o
problema. Ele também ficou assustado com o que viu e recomendou a retirada das
árvores. Posteriormente, conversei com o engenheiro agrônomo, Cristiano Lima,
que na época era professor de fitopatologia na UFRPE/UAG. O diagnóstico foi o
mesmo, ou seja, não tinha como reverter o quadro sanitário e a única
alternativa era suprimir os eucaliptos com problema.
No início de julho com o solo macio, devido ele
estar encharcado pelas chuvas, um eucalipto caiu por volta das 3h da manhã em
cima da pista de cooper. Ao analisar o exemplar que caiu, fiquei surpreso, pois
o mesmo praticamente não tinha raízes, e visualmente, ele não apresentava
problema algum (Foto 01). Após cavar o solo para analisar as raízes, observei
que as mesmas estavam todas necrosadas devido ao ataque de cupins.
Como estava se aproximando o Festival de Inverno, decidimos
por questão de segurança interditar o parque para cortar os eucaliptos que
estavam doentes, nas áreas onde teríamos uma maior concentração de pessoas. Nos
primeiros cortes, veio a constatação: a maior parte deles estavam necrosados
por dentro. A partir daí percebemos que os eucaliptos que apresentavam uma
grande quantidade de galhos secos estavam necrosados internamente.
Para nossa surpresa, quando o parque estava
interditado, caiu outro eucalipto, por volta das 20h, em cima da rede de
energia. Felizmente, o parque estava interditado e não houve feridos.
Após a realização dos cortes nos eucaliptos mais
problemáticos no mês de julho, programamos essa segunda etapa. No início dos
trabalhos, confirmou-se a suspeita de que as árvores estariam necrosadas
internamente (Foto 03). Vale ressaltar que visualmente não é possível afirmar
se as árvores estão ocas por dentro ou não. Para isso, precisaríamos ter um
Tomógrafo ou Resistógrafo – espécie de ultrassom, que são equipamentos de
precisão que detectam se a árvore está deteriorada internamente ou não. Como a
prefeitura e nem a universidade possuem esses equipamentos, a constatação só
foi possível após a derrubada dos primeiros exemplares.
Além do problema da necrose por doenças e cupins
foram suprimidos eucaliptos com elevado grau de inclinação. Como eles
apresentavam mais de 30 metros de altura e um peso em torno de oito toneladas,
o risco de cair era enorme, haja visto que alguns já apresentavam rachaduras no
tronco.
Por fim, sobre o corte dos eucaliptos, quero
ressaltar que estou aliviado, por termos conseguido concluir essa ação
preventiva, antes de ter acontecido um acidente grave como o ocorrido
recentemente em Porto Alegre, que possui um problema idêntico ao nosso (ver
matéria: http://m.diariogaucho.com.br/noticias/todas/a4254005).
Poda das árvores
Em relação a poda das árvores que estão sendo
realizadas pela equipe da Secretaria de Serviços Públicos e Obras vou fazer um
esclarecimento geral.
A Secretaria de Agricultura só é responsável pelos
pedidos de autorização do corte da árvore. Quando é feito esse pedido, é gerado
um laudo e um registro fotográfico. Já os procedimentos de poda não precisam
ser autorizados pela Secretaria, ou seja, eles são executados diretamente pela
equipe de poda da Secretaria de Serviços Públicos e Obras. Portanto, vou
explicar o motivo das podas que estão sendo realizadas como engenheiro agrônomo
não como responsável da pasta. O motivo principal das podas que estão sendo
realizadas é retirar as “ervas-de-passarinho” que estão infestando grande parte
das árvores de Garanhuns.
A erva-de-passarinho é uma espécie parasita que
suga a seiva das plantas e, caso não seja retirada, pode provocar a morte das
árvores. A única forma de combater o problema é a poda, pois não existem
herbicidas recomendados. É recomendado nas cidades o controle da erva-de-passarinho,
pelo menos uma vez por ano, geralmente no período seco. O problema é que
em Garanhuns não foi feita a manutenção das árvores, dessa forma, a
erva-de-passarinho está presente em todos os lugares da cidade, com alto grau
de infestação. Tem árvores que a gente custa a ver a folha, isto é, só
conseguimos visualizar a espécie parasita.
Portanto, como não foi feita a manutenção durante
anos, a erva-de-passarinho enraizou em praticamente todos os galhos das
árvores, tomando-a por inteira. Dessa forma, a única maneira de controlar o
problema é fazer uma poda mais drástica. Tem casos que fica difícil de saber
qual é o galho da árvore e qual é estrutura da erva-de-passarinho. Se a
manutenção tivesse acontecido ao longo dos anos, o parasita não teria atingido
toda a árvore, e a poda não teria que ser drástica.
Por fim, vale ressaltar que a ação é para diminuir
o grau de infestação do parasita nas árvores das ruas e praças da cidade, além
de evitar que a erva-de-passarinho provoque a morte das árvores infestadas.
Portanto, essa ação não tem nada a ver com cupins e risco de queda das árvores
das ruas, conforme li em alguns blogs.