Previsto para o dia 26 de
abril deste ano, o julgamento do trio que ficou conhecido como “Canibais presos em Garanhuns” pode ser adiado. Isso
porque a defesa de Isabel Cristina Torreão Pires, uma das acusadas de
esquartejar mulheres e comer os restos mortais, solicitou o desaforamento do
júri popular para outro município de Pernambuco. Um dos motivos seria a comoção
do caso aqui em Garanhuns, onde ocorreram os crimes. A defesa teme que isso
possa influenciar a decisão dos sete jurados, que vão julgar os réus pelos
homicídios de duas mulheres em 2012.
Além de Isabel, Jorge Beltrão
Negromonte da Silveira (considerado o mentor dos crimes) e Bruna Cristina
Oliveira da Silva respondem por duplo homicídio triplamente qualificado,
ocultação e vilipêndio de cadáver de Alexandra Falcão, 20 anos, e de
Giselly Helena, 31. Os crimes foram registrados em Garanhuns.
De acordo com o Tribunal de Justiça
de Pernambuco (TJPE), o pedido de desaforamento foi encaminhado ao Ministério
Público, que vai dar um parecer se concorda ou não com a mudança. “Com o
retorno dos autos à Câmara Regional de Caruaru, onde o desaforamento será
julgado, ainda haverá parecer do Ministério Público no 2º Grau. Em seguida, o
pedido é encaminhado para julgamento. Devido ao trâmite obrigatório, ainda não
há previsão de quando a decisão vai ocorrer”, informou, em nota, o TJPE.
Essa é a segunda vez em
que os Canibais vão a júri popular. Em 2014, Jorge, Bruna e Isabel foram
condenados pela primeira vez pelo homicídio quadruplamente qualificado
da Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, em Olinda. Essa teria sido
a primeira vítima do trio. Jorge pegou a maior pena: 23 anos de reclusão.
Isabel e Bruna pegaram 20 anos de prisão cada uma.
RELEMBRE O CASO - Segundo as investigações da Polícia Civil de
Pernambuco, as Vítimas eram atraídas com promessas de emprego de babá e
chegaram a morar com os réus. Elas foram assassinadas a facadas, depois tiveram
os corpos esquartejados. O trio ainda confirmou que praticava canibalismo. Em
depoimento à Polícia, gravado e disponível na internet, Isabel ainda disse que
os restos mortais teriam sido usados em salgados, como coxinhas e empadas,
vendidos em Garanhuns.
Os acusados alegaram que os
crimes faziam parte da proposta de uma seita chamada Cartel, que tinha por
objetivo diminuir a densidade demográfica. Para isso, deveriam exterminar
mulheres que tivessem filhos, mas sem condições de criá-los. A seita foi criada
por Jorge. Os Canibais foram presos em 2012, após a polícia descobrir que eles
estavam usando os cartões de crédito de uma das Vítimas. Quando chegaram à casa
deles, uma criança – filha de Jéssica – apontou para o quintal e disse que ali
estavam os corpos das vítimas. Atualmente, Jorge Negromonte está preso na
Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. Bruna Cristina e Izabel
Pires estão presas na Colônia Penal Feminina de Buíque. (Com informações do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)