A existência de surto de doenças transmitidas pela água que acometeu o Município
de Garanhuns levou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a expedir
recomendações à Prefeitura, à V Gerência Regional de Saúde (Geres) e à Agência
Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) para que tomem providências
visando investigar e sanar o problema de saúde gerado pelo abastecimento de
água.
Até agora são 71 pessoas doentes no Município, de acordo com o Informe
Epidemiológico de Surtos de Doenças Transmitidas por Água/Alimentos. A
investigação laboratorial na água para consumo humano acusou a presença de
Escherichia coli, grupo de bactérias que pode causar infecção intestinal, o que
implica na ausência de potabilidade da água. Assim, se faz necessário realizar
investigação de campo, identificando a magnitude do surto, as formas de
abastecimento da água, existência ou não de tratamento, tipos e condições de
higiene no armazenamento da água ou dos reservatórios.
De acordo com o MP, cabe à Secretaria Municipal de Saúde adotar
imediatamente medidas cautelares, tal como interdição do sistema de abastecimento
do qual proveniente o surto, a fim de afastar o risco de contaminação da água e
a ocorrência de novos casos de doenças de veiculação hídrica. “É preciso ainda
coletar novas amostras, nos locais onde ocorreram o surto, para identificar a
origem e responsabilidade pela contaminação. Hospitais, escolas, creches,
postos de saúde, Unidades de Saúde da Família devem ser orientados a realizar
uma imediata limpeza e desinfecção dos reservatórios, cisternas e caixas
d'água, após as novas coletas”, advertiu o promotor de Justiça Domingos Sávio
Agra.
A Compesa deve informar os responsáveis por poços, chafarizes e
carros-pipa sobre o surto, bem como, em parceria com a Secretaria Estadual de
Saúde, realizar a análise microbiológica completa para identificar os
micro-organismos responsáveis pelo surto. Já a Geres precisa encaminhar aos
responsáveis pelo abastecimento de água quaisquer informações referentes à
investigação do surto relacionado à qualidade da água, além de executar ações
de vigilância da qualidade da água para consumo humano. Enquanto isso, a Apevisa
terá que fazer um monitoramento sistemático da qualidade da água em escolas,
hospitais, creches, asilos, encaminhando ao MPPE um relatório mensal.