Pernambuco deve terminar o ano com aproximadamente 5,5 mil assassinatos
registrados. Além de ser um recorde histórico da violência, o resultado
demonstra que a guerra contra a criminalidade não está sendo combatida de
maneira eficaz pelo Governo do Estado. No ano em que o programa de segurança
Pacto pela Vida completou dez anos, não houve freio para os homicídios, nem
para os crimes contra o patrimônio (roubos e furtos). A promessa de novos
policiais civis e miliares para reforçar a segurança nas ruas e para melhorar o
poder investigativo ficou, mais uma vez, para o ano seguinte. É esperar.
Enquanto isso, o ano de 2017 também foi marcado pela falta de
transparência em relação à violência no Estado. Em fevereiro, após dez anos, a
Secretaria de Defesa Social (SDS) anunciou que deixaria de divulgar,
diariamente, informações sobre os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs).
Nome das vítimas, idade, sexo, cor da pele, cidade onde o crime aconteceu.
Todos os dados que serviam de base para estudos e para garantir mais
transparência sobre o combate à violência foram retirados do site oficial da
SDS. Em troca, um boletim mensal “seco” com o número de mortes passou a ser
divulgado.
Os profissionais de segurança, como delegados, agentes, peritos e até
gestores também passaram a ser proibidos de dar entrevistas à imprensa.
Processos administrativos na Corregedoria da SDS se multiplicaram. As
informações repassadas pelo setor de estatística e de comunicação também foram
diminuindo e ficando restritas, muitas vezes, a apenas notas oficiais. Se o ano
já era difícil por conta do impacto da violência, só cresceram as dúvidas
quanto à falta de transparência quando o assunto era segurança. (Com informações do Blog Ronda JC. CONFIRA)