“Avaliação realista feita
por integrantes no núcleo do palaciano neste momento é que a grande mobilização
de hoje em todo o Brasil é um sinal de alerta para o governo Dilma Rousseff.
Logo mais, haverá uma reunião da presidente Dilma com alguns ministros no
Palácio da Alvorada para tentar encontrar um discurso unificado sobre a onda de
protestos. “Não há como não admitir que há uma grande insatisfação. É algo um pouco
difuso. Mas é uma insatisfação que serve de alerta. Afinal, o governo só está
começando”, admitiu um interlocutor da presidente ao Blog.
Independentemente do número dos populares nas ruas, já que há divergências
entre estatísticas oficiais e dos organizadores, o governo reconhece que as
imagens das manifestações mostram uma grande adesão popular que não pode ser
desprezada.
O governo demonstra alívio com o caráter pacífico das manifestações até o
momento. Havia uma preocupação com a infiltração de grupos radicais de esquerda
e de direita nos protestos de hoje.
Outra constatação é de que há grupos divergentes nessas manifestações: os que
pedem o impeachment de Dilma, os que defendem a volta dos militares (uma
minoria) e os que criticam a corrupção e o ajuste fiscal (a maioria). “Mas fica
claro que há uma insatisfação. Temos que entender esse recado.”
Também há o reconhecimento de que existe uma grande diferença entre os atos de
sexta-feira – encabeçados por movimentos sociais como MST, CUT e UNE – e os
protestos de hoje. “Há uma mobilização espontânea. É mais fácil mobilizar atos
contra do que a favor.” (Por Gerson
Camarotti/G1)