O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou ao Supremo
Tribunal Federal (STF), que há indícios de que o Ministro da Educação, o
pernambucano Mendonça Filho, do Democratas, possa ter recebido propina. Segundo
Janot, seriam R$ 100 mil de vantagem indevida, disfarçada de doação eleitoral
na campanha de 2014, que Mendonça disputou para o cargo de deputado Federal,
ocupado até maio, quando tomou posse no governo interino de Michel Temer
(PMDB).
Segundo Janot, os indícios surgiram do celular do ex-diretor financeiro
da construtora UTC Walmir Pinheiro. Haveria o nome do Democratas e dados
bancários para doações em uma folha, contendo também, escritos à mão, R$ 100
mil e o nome de Mendonça e de Romero Azevedo, tesoureiro do partido.
"Curioso observar que na prestação de contas oficial da campanha do
deputado Mendonça Filho há o registro de doação de exatos R$ 100 mil pelas
empresas Construtora Odebrecht e Queiroz Galvão, cada. Ainda a UTC Engenharia
efetuou doação de R$ 100 mil ao Diretório Nacional do DEM no dia 5 de setembro
de 2014 e outra quantia de igual valor em 5 de agosto de 2014", escreveu o
procurador-geral em manifestação ao STF no dia 26 de janeiro. O documento
estava sob sigilo.
Em nota, a assessoria de imprensa do pernambucano afirmou que ele
"foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal
no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa
doação, mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi
feita ao partido de forma legal e está registrada na prestação de contas do
partido de 2014, junto a Justiça Eleitoral". O texto ressalta ainda que a
campanha não recebeu naquele ano doação da UTC e que as da Odebrecht e da
Queiroz Galvão foram "feitas de forma legal e estão registradas na Justiça
Eleitoral". (Com informações da Folha de S. Paulo/ Blog
de Jamildo/JC Online. CONFIRA)