domingo, 7 de setembro de 2014

BRF vende Fábrica instalada em Bom Conselho a Parmalat


A BRF assinou acordo com a Parmalat S.P.A (empresa controlada pelo grupo francês Lactalis) para a venda da sua divisão de lácteos, que inclui 11 fábricas no Brasil, além das marcas Elegê e Batavo. O valor da transação foi calculado em R$ 1,8 bilhão, mas poderá sofrer ajustes. No pacote de ativos vendidos está a fábrica da BRF em Bom Conselho, inaugurada em 2009 como a primeira unidade de lácteos da companhia no Nordeste. A notícia foi bem recebida por representantes da cadeia produtiva do leite no Estado.

A BRF investiu R$ 150 milhões na fábrica pernambucana, que começou sua produção comercial em junho de 2009, com foco apenas no leite longa vida e depois ampliou a linha de produtos, incluindo achocolatados, fermentados, iogurtes e bebidas lácteas. A unidade é uma das maiores indústrias captadoras de leite da bacia leiteira do Estado, com capacidade para processar 200 mil litros de leite por dia.

Com essas aquisições da BRF, a Lactalis será a segunda maior indústria de leite do Brasil, aproximando-se da Nestlé. A chegada da empresa dará um impulso à profissionalização do setor. O consumidor ganha porque a companhia está interessada em conquistar o mercado brasileiro e vai apostar em inovação e novas tecnologias. “Também será bom para a bacia leiteira porque se trata de uma empresa séria e de grande porte, que poderá lidar com os momentos ruins do setor em Pernambuco”, observa o presidente da Leite Betânia, Bruno Girão. Sediada no Ceará, a Betânia tem fábrica no município de Pedra, no Agreste pernambucano.

O empresário lembra da quantidade de reveses que a cadeia leiteira do Estado vem sofrendo nos últimos anos. A compra da Cilpe pela italiana Parmalat era aposta de melhoria da atividade, mas a empresa entrou em dificuldades financeiras e foi vendida para a Bom Gosto. Depois, a Bom Gosto se fundiu com a LBR (Lácteos Brasil) e também entrou em dificuldade. Hoje, está em processo de recuperação judicial e de venda dos ativos (inclusive a fábrica de Garanhuns), que está fechada e devendo aos produtores de leite da região.

“Nossa aposta é que essa nova empresa melhore a atividade na bacia, fazendo parcerias com os produtores, pagando um preço melhor pelo leite e privilegiando o produto de qualidade”, defende o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Malta. (Com informações do Jornal do Commercio - Economia - 05/09/2014)