O ex-ministro da Agricultura e empresário Armando
Monteiro Filho faleceu na sua residência por volta das 6h na manhã
desta terça-feira, dia 2. Aos 92 anos de idade, ele sofria de
complicações no sistema respiratório e estava com a saúde debilitada.
O corpo de Armando Monteiro Filho será velado das 16h às 19h desta
terça, dia 2, na Capela Nossa Senhora das Graças, no Instituto Ricardo
Brennand, bairro da Várzea. Nessa quarta, dia 3, às 10h, haverá uma missa no
Cemitério Morada da Paz, em Paulista. A cerimônia de cremação será às 11h. O
sepultamento deverá ocorrer na manhã dessa quarta, dia 3. O governador Paulo
Câmara (PSB) decretou luto oficial de três dias em Pernambuco pelo
seu falecimento.
IZAÍAS LAMENTA A MORTE DE
ARMANDO MONTEIRO FILHO - O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), amigo do Senador
Armando Monteiro Neto há mais de 20 anos, fez questão de registrar seus
sentimentos diante da morte do pai do Senador.
“Hoje, recebemos a triste notícia do falecimento do
grande ser humano, Armando Monteiro Filho, pai do meu grande amigo, Armando
Monteiro Neto. Conheci Armando Monteiro Filho, ainda antes de conhecer Armando
Monteiro Neto. Um homem de inúmeras qualidades, um empresário e político
extremamente ético. Participou ativamente da vida política do país, foi
Ministro da Agricultura no governo de João Goulart na década de 60, foi
deputado estadual e federal, sendo o mais votado em Pernambuco no
ano de 1954. Homem de posses, mas com uma humildade latente. Comandou sua
família sempre educando a todos com o seu exemplo. Um excelente filho,
excelente pai, excelente marido, me solidarizo com cada um da sua família,
neste momento de extrema tristeza. Peço a Deus que traga o conforto a todos.
Estarei saindo daqui a pouco para o Recife, onde vamos acompanhar o velório
deste grande homem”, registrou Izaías, em texto postado nas redes sociais.
Armando de Queirós Monteiro Filho nasceu em 11 de setembro de 1925 em
Recife, capital pernambucana. Desde 1945, quando ingressou na Escola de
Engenharia da Universidade de Recife, tinha participação na política
universitária contra o Estado Novo. Chegou a se eleger deputado estatual pelo
Partido Social Democrático (PSD), porém foi impedido de assumir o mandato por
ser genro pelo governador eleito, Agamenon Magalhães. Já em 1946 conseguiu se
eleger para a primeira suplência do cargo de deputado estadual.
Em 1951, foi nomeado secretário estadual de Viação e Obras Públicas,
onde permaneceu até 1954, quando assumiu uma vaga aberta na Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe). Em 1954, foi o deputado federal mais
votado do Brasil e se reelegeu em 1958. No seu segundo mandato, participou da
elaboração do projeto que concebeu o Conselho de Desenvolvimento Econômico do
Nordeste, que serviu de base para a criação da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Em 1951, no governo de João Goulart, Armando Monteiro Filho foi nomeado
para o Ministério da Agricultura. Uma das marcas da sua gestão na pasta foi
Fundo Federal Agropecuário (Ffap). Com a renúncia do primeiro-ministro do
governo Jango, Tancredo Neves, em 26 de junho de 1962, reassumiu sua cadeira na
Câmara dos Deputados. Nas eleições para o governo de Pernambuco em 1962,
disputou o cargo, mas ficou em terceiro lugar, no pleito que teve como vencedor
Miguel Arraes. Encerrou seu mandato de deputado federal em 1963.
Durante o regime militar, com a extinção dos partidos políticos pelo AI
nº 2 e a instauração do bipartidarismo, Armando Monteiro Filho se filiou ao
PMDB, partido de oposição e chegou a concorrer ao Senado Federal em 1966, mas
não alcançou o pleito. Após o fim do partidarismo em 1979, ele se filiou ao
PDT. Só voltou a concorrer a um cargo público em 1994, quando buscou uma vaga
de senador. Em 1998, deixou o PDT e ingressou no PMDB.
Genro do ex-governador Agamenon Magalhães, era casado com Maria do Carmo Monteiro, com quem teve cinco filhos.
Genro do ex-governador Agamenon Magalhães, era casado com Maria do Carmo Monteiro, com quem teve cinco filhos.