quinta-feira, 7 de junho de 2018

COMISSÁRIO DENÚNCIA: Policiais Civis em Garanhuns fazem Cotas para comprar Papel, Tinta para Impressora e Material de Limpeza. Profissionais também pagam Diarista para limpar Delegacias

 

Reportagem publicada no Portal de Notícias do Jornal do Commercio registrou na última semana que apesar de o Governo de Pernambuco comemorar a redução dos índices de criminalidade nos últimos dois meses, o mal-estar na Polícia Civil parece não ter fim.

É que segundo a publicação, profissionais que atuam na Polícia Investigativa, entre Agentes, Comissários e Delegados, não escondem a insatisfação pelas péssimas condições de trabalho. A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe) também denunciou que materiais básicos como papel, tinta para impressora, material de limpeza e até computador com internet estão em falta nas delegacias. “É comum faltar materiais como papel e tinta para impressora, itens de proteção individual e limpeza, além de haver dificuldades para uso de computador e internet, sendo preciso, não raramente, que os Delegados solicitem ajuda das Prefeituras para poder trabalhar”, informa a Adeppe. Ainda segundo a Adeppe, em algumas situações, policiais fazem até cota para comprar tinta e conseguir imprimir os boletins de ocorrência.

A situação é idêntica em todo o Estado. Aqui em Garanhuns, de acordo com um Comissário de Polícia ouvido em reserva pelo Blog do Carlos Eugênio, a situação é idêntica. “Não temos papel ofício e material de expediente, como canetas, clips e grampos. Também não recebemos material de limpeza. Então, para não ficarmos sem condições de atender aos cidadãos, fazemos cotas e compramos os materiais”, registrou, acrescentando que todos os membros da Delegacia participam do rateio para compra dos produtos.

Ainda de acordo com o Policial Civil, é preciso pagar a uma profissional (diarista) para que a limpeza das delegacias seja feito. “Trazemos os materiais de limpeza de casa e pagamos R$ 50 reais para uma diarista realizar a limpeza da Delegacia. O serviço é feito uma vez por semana”, pontua o Comissário, que acrescentou: “apenas a Delegacia Regional tem uma pessoa para realizar a limpeza, mesmo assim é uma funcionária cedida pela Prefeitura”, chamou a atenção o profissional.

Outro problema já denunciado inúmeras vezes pelo Jornal do Commercio é que o cidadão enfrenta dificuldades para registrar queixas, já que encontra muitas Delegacias fechadas à noite e nos fins de semana, apesar de a Polícia Civil de Pernambuco afirmar que em todas as unidades há pelo menos um policial de plantão. “Realmente, todas as delegacias da Região têm pelo menos um Policial de Plantão, mas ele não pode guardar as instalações e atender ao Público, então fecha a Delegacia mesmo. Na prática todas as Delegacias têm pelo menos um Agente de Plantão, mas apenas a Delegacia Regional atende a população à noite e nos finais de semana. Atendemos a vinte cidades numa única Delegacia”, pontuou o Comissário ouvido pelo Blog.

Em uma nota oficial, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe) afirmou que “não vê razão para comemorar a atual redução da violência”. Disse também que o aumento dos índices de homicídios e crimes contra o patrimônio, registrados nos últimos quatro anos, foi resultado “dos investimentos insuficientes na segurança pública, sendo a Polícia Civil a instituição mais afetada”. (Com informações e imagens do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)

O Blog do Carlos Eugênio segue a disposição do Governo do Estado de Pernambuco/Secretaria de Defesa Social para publicar a sua versão quanto aos fatos denunciados pela Adeppe e pelo Policial Civil, registrados nesta reportagem.

Confira, clicando AQUI, o texto publicado pela ADEPPE.




NOTA DA ADEPPE

“A Adeppe informa que a verdadeira razão para o aumento da violência em Pernambuco nos últimos anos é decorrente dos investimentos insuficientes na segurança pública, sendo a Polícia Civil a instituição mais afetada. Conforme as estatísticas comprovam, o sucateamento da Polícia Judiciária coincide com o aumento do número de ocorrências criminais.

Desde fevereiro deste ano, quando novos Delegados tomaram posse, após quase nove anos sem nomeações, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) e de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP) diminuíram de maneira significativa, tendo no mês de abril uma redução de 30,74% no CVLI em relação ao mesmo mês de 2017.

A Adeppe informa que também houve redução a partir de setembro de 2009, outro momento de posse de novos Delegados. Na época, ocorreu diminuição de 94 assassinatos em relação ao mesmo mês de 2008. Fica claramente demonstrado que, quando se investe na Polícia Civil, os resultados positivos chegam rapidamente.

A falta de planejamento prejudica a reposição do efetivo diante das inúmeras aposentadorias, que causam sobrecarga de trabalho para os remanescentes e ocasionam inevitável diminuição na remessa de inquéritos para a Justiça.

O tráfico de drogas também aumenta as estatísticas, sendo responsável atualmente por 60% dos homicídios no Estado, segundo a Secretaria de Defesa Social. A criminalidade cresce em decorrência da sensação de impunidade.

A Adeppe ressalta, ainda, as condições deficitárias de trabalho nas Delegacias. É comum faltar materiais como papel e tinta para impressora, itens de proteção individual e limpeza, além de haver dificuldades para uso de computador e internet, sendo preciso, não raramente, que os delegados solicitem ajuda das prefeituras para poder trabalhar.

Por fim, a Adeppe, ciente da gravidade da situação, não vê razão para comemorar a atual redução da violência e reforça seu compromisso de continuar a reivindicar condições adequadas de trabalho para a categoria, a fim de que a população fique mais segura.” 

(Com informações e imagens do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)