Reportagem publicada no Portal de Notícias do Jornal do Commercio
registrou na última semana que apesar de o Governo de Pernambuco comemorar a
redução dos índices de criminalidade nos últimos dois meses, o mal-estar na
Polícia Civil parece não ter fim.
É que segundo a publicação, profissionais que atuam na Polícia
Investigativa, entre Agentes, Comissários e Delegados, não escondem a
insatisfação pelas péssimas condições de trabalho. A Associação dos Delegados
de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe) também denunciou que materiais
básicos como papel, tinta para impressora, material de limpeza e até computador
com internet estão em falta nas delegacias. “É comum faltar materiais como
papel e tinta para impressora, itens de proteção individual e limpeza, além de
haver dificuldades para uso de computador e internet, sendo preciso, não
raramente, que os Delegados solicitem ajuda das Prefeituras para poder
trabalhar”, informa a Adeppe. Ainda segundo a Adeppe, em algumas situações,
policiais fazem até cota para comprar tinta e conseguir imprimir os boletins de
ocorrência.
A situação é idêntica em todo o Estado. Aqui em Garanhuns, de acordo com
um Comissário de Polícia ouvido em reserva pelo Blog do Carlos Eugênio, a situação é idêntica.
“Não temos papel ofício e material de expediente, como canetas, clips e
grampos. Também não recebemos material de limpeza. Então, para não ficarmos sem
condições de atender aos cidadãos, fazemos cotas e compramos os materiais”,
registrou, acrescentando que todos os membros da Delegacia participam do rateio para compra dos produtos.
Ainda de acordo com o Policial Civil, é preciso pagar a uma profissional
(diarista) para que a limpeza das delegacias seja feito. “Trazemos os materiais
de limpeza de casa e pagamos R$ 50 reais para uma diarista realizar a limpeza
da Delegacia. O serviço é feito uma vez por semana”, pontua o Comissário, que
acrescentou: “apenas a Delegacia Regional tem uma pessoa para realizar a
limpeza, mesmo assim é uma funcionária cedida pela Prefeitura”, chamou a
atenção o profissional.
Outro problema já denunciado inúmeras vezes pelo Jornal do Commercio é
que o cidadão enfrenta dificuldades para registrar queixas, já que encontra
muitas Delegacias fechadas à noite e nos fins de semana, apesar de a Polícia
Civil de Pernambuco afirmar que em todas as unidades há pelo menos um policial
de plantão. “Realmente, todas as delegacias da Região têm pelo menos um Policial de
Plantão, mas ele não pode guardar as instalações e atender ao Público, então
fecha a Delegacia mesmo. Na prática todas as Delegacias têm pelo menos um
Agente de Plantão, mas apenas a Delegacia Regional atende a população à noite e
nos finais de semana. Atendemos a vinte cidades numa única Delegacia”, pontuou
o Comissário ouvido pelo Blog.
Em uma nota oficial, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de
Pernambuco (Adeppe) afirmou que “não vê razão para comemorar a atual redução da
violência”. Disse também que o aumento dos índices de homicídios e crimes
contra o patrimônio, registrados nos últimos quatro anos, foi resultado “dos
investimentos insuficientes na segurança pública, sendo a Polícia Civil a
instituição mais afetada”. (Com
informações e imagens do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)
O Blog do Carlos Eugênio segue
a disposição do Governo do Estado de Pernambuco/Secretaria de Defesa Social para publicar a sua versão
quanto aos fatos denunciados pela Adeppe e pelo Policial Civil, registrados nesta reportagem.
Confira, clicando AQUI, o
texto publicado pela ADEPPE.
“A Adeppe informa que a verdadeira razão para
o aumento da violência em Pernambuco nos últimos anos é decorrente dos
investimentos insuficientes na segurança pública, sendo a Polícia Civil a
instituição mais afetada. Conforme as estatísticas comprovam, o sucateamento da
Polícia Judiciária coincide com o aumento do número de ocorrências criminais.
Desde fevereiro deste ano, quando novos Delegados tomaram posse, após
quase nove anos sem nomeações, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLI) e de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP) diminuíram de maneira
significativa, tendo no mês de abril uma redução de 30,74% no CVLI em relação
ao mesmo mês de 2017.
A Adeppe informa que também houve redução a partir de setembro de 2009,
outro momento de posse de novos Delegados. Na época, ocorreu diminuição de 94
assassinatos em relação ao mesmo mês de 2008. Fica claramente demonstrado que,
quando se investe na Polícia Civil, os resultados positivos chegam rapidamente.
A falta de planejamento prejudica a reposição do efetivo diante das
inúmeras aposentadorias, que causam sobrecarga de trabalho para os
remanescentes e ocasionam inevitável diminuição na remessa de inquéritos para a
Justiça.
O tráfico de drogas também aumenta as estatísticas, sendo responsável
atualmente por 60% dos homicídios no Estado, segundo a Secretaria de Defesa
Social. A criminalidade cresce em decorrência da sensação de impunidade.
A Adeppe ressalta, ainda, as condições deficitárias de trabalho nas
Delegacias. É comum faltar materiais como papel e tinta para impressora, itens
de proteção individual e limpeza, além de haver dificuldades para uso de
computador e internet, sendo preciso, não raramente, que os delegados solicitem
ajuda das prefeituras para poder trabalhar.
Por fim, a Adeppe, ciente da gravidade da situação, não vê razão para
comemorar a atual redução da violência e reforça seu compromisso de continuar a
reivindicar condições adequadas de trabalho para a categoria, a fim de que a
população fique mais segura.”
(Com informações e imagens do Ronda JC/JC Online. CONFIRA)