domingo, 1 de julho de 2018

CHEQUE ESPECIAL: Novas regras entram em Vigor neste Domingo

 

A partir de hoje, dia 1º/7, começam a valer as novas regras, anunciadas em abril, para uso do Cheque Especial. As mudanças foram propostas pelo próprio setor financeiro. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, o objetivo é reduzir o índice de inadimplência e, consequentemente, os juros, que hoje estão, em média, em 321% ao ano, mas podem chegar a 518% anuais, dependendo da instituição bancária, de acordo com o Banco Central.

Pelas novas regras, os bancos devem apresentar no extrato o saldo do cheque especial à parte, e não incluído no saldo da conta corrente do cliente. Os bancos também terão que avisar ao cliente quando o cheque especial for utilizado e a conta corrente ficar sem saldo. Para os clientes que usarem mais de 15% do limite da conta ao longo de um mês, será preciso entrar em contato para oferecer alternativas de crédito mais baratas para o financiamento da dívida. Caso o consumidor não aceite a oferta e continue utilizando o saldo restante do cheque especial, o banco deve voltar a fazer a mesma proposta 30 dias depois.

As opções de financiamento da dívida mais vantajosas devem ser disponibilizadas ao cliente a qualquer momento. Basta que entrem em contato com o Banco. O novo sistema vai permitir um melhor acompanhamento do uso do cheque especial por parte do usuário, mas não evita o principal problema dessa modalidade de crédito: os juros altos. Para o analista financeiro e professor aposentado de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Roberto Ferreira, o cheque especial é uma ótima ferramenta de crédito, mas que deve ser evitada. “O cheque especial é para ser utilizado em uma emergência, quando é necessário saldar uma despesa e não há dinheiro disponível no momento. O problema é deixar essa dívida rolar”, diz o professor. Ele alerta que, além dos juros “absurdos”, todo crédito bancário vem acompanhado de outras taxas, como o IOF (imposto sobre operações financeiras), e multa por dias de atraso. “O ideal é que o correntista tivesse uma reserva, que pode ser um valor na poupança ou aplicação em renda fixa, para saldar o mais rápido possível a dívida com o cheque especial”, afirma Ferreira.

Segundo a Febraban, o uso do cheque especial caiu 4,5% em 12 meses (entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018), mas a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que o cheque especial é a terceira modalidade de crédito mais utilizada no comércio, ficando atrás do cartão de crédito e do crédito pessoal. (Com informações e arte do Jornal do Commercio. CONFIRA)