Quatro de fevereiro. Esta é a data limite para que o reajuste salarial
de policiais e bombeiros militares esteja definido pelo Estado. O prazo vem logo após o início do ano
legislativo, quando projeto com o aumento será encaminhado à Assembleia
Legislativa de Pernambuco (ALEPE). Até lá, os números estarão sendo estudados
pelo núcleo do Governo, segundo informou nesta quarta-feira, dia 4, o
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos D’Albuquerque, em
entrevista coletiva.
“A gente não pode ter pressa. Os números estão sendo construídos.
Recebemos a demanda da categoria, estamos estudando seu impacto e vamos chegar
a uma proposta que seja viável aos cofres do Estado. Não adianta avanços que o
Estado não possa honrar”, afirmou o comandante, lembrando que o efetivo é grande. São mais de 21 mil militares na ativa e cerca de 19 mil inativos.
Ainda hoje está marcada nova reunião do grupo.
Segundo o coronel, a reivindicação da categoria tem base em dois
pilares que estão sendo considerados no estudo: a isonomia com os policiais civis e o subsídio salarial – quando todas as gratificações são
incorporadas ao salário. Apesar de defender a isonomia, os militares
apresentaram proposta de reajuste superior. Nela, o salário base de soldado
passaria de R$ 3,2 mil para R$ 6,1 mil em julho de 2018, enquanto o dos civis
vai ser de R$ 3,9 mil. Já o de coronel passaria de R$ 13 mil para R$ 26,1 mil
em 2018, equiparando-se ao de delegados.
Questionado se a proposta final seria apresentada à categoria antes de
ser encaminhada à Alepe, o Comandante respondeu que isso acontecerá se o resultado for muito diferente do que foi pedido pela classe. Conforme o Coronel, a segurança da
população estará garantida, mesmo os policiais mantendo a operação-padrão, pois
houve suspensão das férias e readequação das escalas de serviço.
Com relação ao aumento de efetivo, D’Albuquerque informou que 1.500 soldados concursados
iniciam curso de capacitação em 16 de janeiro e outros 1.500 aprovados serão
convocados em agosto, quando a primeira turma irá para as ruas.
Apesar disso, afirmou que o Programa de Jornada Extra de Segurança
(Pjes) – que corresponderia a quase 50% do policiamento ordinário – nunca
acabará. “O Pjes é um câncer que não vai sair nunca da Polícia Militar e dos
bombeiros porque o próprio policial se joga para o bico de fora e a gente tem
que trazer para dentro de casa, para ele não ficar tão exposto”. O aumento do
valor da hora-extra está em avaliação, mas não nessa mesa, assegura.
Em passeata realizada na última terça-feira, dia 3, muitas esposas de
policiais reclamaram do cansaço e estresse dos maridos pela necessidade de
fazer hora extra para complementar o salário. O movimento também vem
denunciando falta de munições, coletes vencidos, viaturas sucateadas e sem
rádio de comunicação. “É tudo inverídico”, contestou o Coronel, confirmando
apenas a ausência de rádio. “Mas estamos substituindo todas as viaturas (cerca
de 1,6 mil) e elas virão com rádio”. (Com
informações do JC Online. CONFIRA)