quinta-feira, 7 de maio de 2020

CRISE FINANCEIRA: Confederação registra que Programa Federativo só fará recomposição de 30% das Perdas dos Municípios e prevê Medidas de Contenção de Despesas nas Prefeituras


A Confederação Nacional de Municípios (CNM) registrou que os recursos que serão destinados às Prefeituras, como apoio financeiro emergencial, só recompõem parte das perdas que os Municípios estão sofrendo com a queda na arrecadação de tributos em decorrência da pandemia da COVID-19.

É que através da PLP 39/2020, denominada de Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus e já aprovada pelo Congresso Nacional, serão destinados R$ 23 bilhões para os Municípios, todavia segundo a CNM, a recomposição representa apenas 30% sobre a perda de arrecadação dos impostos, estimada pelo Órgão em R$ 74,49 bilhões.

Para a CNM, apesar do reforço federal, os Prefeitos “continuarão enfrentando enormes dificuldades para vencer os desafios diários de atendimento às necessidades dos cidadãos; e, por isso, estarão obrigados a aprofundar ainda mais as medidas de contenção de despesas que poderão exigir uma cota maior de sacrifícios em suas estruturas e na sustentabilidade das ações e dos serviços públicos locais”.

“O ICMS, tributo que representa uma parcela significativa das receitas municipais, em abril, já sofreu redução média de 24%, a qual, nos próximos meses, deve ser ainda mais aguda, com uma redução de R$ 22,2 bilhões. O Fundeb, que financia a educação básica, deve ter uma redução importante próxima a 30%, o que representa uma perda de R$ 16,3 bilhões. Por fim, o FPM – receita de grande dependência dos Municípios – terá, conforme compromisso do Governo Federal, uma reposição ao mesmo patamar de 2019, durante os quatro meses, de março a junho deste ano. Além disso, acontecerão perdas, relativas ao período de julho a dezembro, em torno de R$ 5,89 bilhões; assim como a redução de arrecadação nos impostos próprios (IPTU, ISS e ITBI). O ISS terá uma queda estimada de R$ 20 bilhões; enquanto o IPTU e o ITBI, uma queda média de 25%, o que configura perda superior a R$ 10,1 bilhões. Ao todo, ao somar essas perdas, o impacto será no montante de R$ 74,49 bilhões”, chamou a atenção Glademir Aroldi, presidente da Confederação.

A PLP 39/2020, que também destina R$ 37 Bilhões para os Estados, será encaminhada ao Presidente Jair Bolsonaro. Caso haja a sansão presidencial, a primeira, das quatro, parcelas do pagamento do auxílio emergencial aos Estados, Municípios e Distrito Federal deverá ser paga no dia 15 de maio.

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