quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Parques de Energia Eólica serão construídos em área de 1,5 mil hectares localizados em Paranatama, Iati e Saloá

Quatro parques de energia eólica serão construídos em Pernambuco, na Serra das Vacas, próximo de Garanhuns. Os projetos devem ficar prontos até janeiro de 2016 e foram contratados ontem através do leilão de energia nova A-3, operado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os parques totalizam 120 MW (megawatts) de potência instalada e R$ 500 milhões em investimentos, que serão realizados através do consórcio formado entre a paulista PEC Energia e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). A estatal, inclusive, tem sociedade em 38% dos 867,6 MW comprados no certame, ao preço médio de R$ 124,43. O prazo dos contratos é de 20 anos e da concessão, de 35 anos. Dos 39 projetos aprovados, 20 estão no Nordeste e 19 no Sul. 

No leilão, saíram vencedoras quatro usinas de 30 MW que serão instaladas em uma área de 1,5 mil hectares localizados em Paranatama, Iati e Saloá, municípios que estão em uma região serrana próxima de Garanhuns. Segundo Gilberto Feldman, diretor comercial da PEC Energia, trata-se da primeira fase do projeto que somará mais de 3 mil hectares e um aporte de R$ 1 bilhão. “Uma pequena parte está em terreno próprio. A maioria será arrendada de mais 100 famílias que vivem da pecuária e terão agora essa renda extra pela instalação das torres”, explica ele. 

A empresa vem estudando a área há três anos. Neste ano, associou-se à Chesf através de uma chamada pública realizada pela estatal. No mesmo leilão, a Chesf conseguiu aprovar mais 38 MW na Bahia e outros 180 MW no Piauí, através de consórcios com outras empresas, totalizando 338 MW. Em todos eles, a companhia tem 49% de participação, segundo Manuel Andrade, assessor da superintendência de projetos e construção de geração da estatal. 

Desde 2010, a companhia vem investindo na fonte eólica e hoje já soma 971,6 MW de potência instalada em execução. Isso já é mais ou menos a potência de uma usina como Sobradinho, que tem 1.050 MW. “O potencial hídrico está cada vez mais limitado. Já os custos da energia eólica se tornaram mais atrativos. Por isso, é onde a Chesf está focando seus investimentos”, diz o assessor da estatal. A EletroSul foi a segunda empresa com a maior participação, estando em 24% dos projetos vencedores. 

O leilão de ontem era destinado a energias limpas, mas apenas as fontes eólicas saíram vitoriosa. “O governo fixou o teto em R$ 126, então o valor só era viável para as eólicas, que já são a segunda fonte mais barata do país. A energia solar teria entrado se esse limite tivesse sido de R$ 160”, comenta a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo. A eólica hoje representa 2,5% da capacidade de geração do País.