domingo, 9 de abril de 2017

Merenda Escolar de Pernambuco na Mira do Tribunal de Contas

 

Dez atas de registro de preço para a compra de merenda para escolas estaduais localizadas em 133 municípios foram revogadas pelo Governo do Estado após questionamentos de uma auditoria do Tribunal de Contas. De acordo com a deputada Priscila Krause (DEM), que trouxe o tema à tona, a compra dos lanches e almoços custaria R$ 100,2 milhões. A preocupação da Deputada de oposição é com a manutenção do fornecimento da comida para os alunos.

"É preciso que fique esclarecido de que forma essas escolas estão recebendo merenda atualmente, qual instrumento de contratação está sendo usado, além do que é ainda mais importante, a qualidade das refeições", questiona Priscila. O levantamento da parlamentar aponta que quatro empresas forneceriam a merenda: Apoena, Ledilson Ribeiro de Gusmão, Genibson Pinto de Santana e Casa da Farinha. Esta última foi citada pelo advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo Campos, numa série de acusações que ele fez contra o ex-­presidente da Ceasa, Romero Pontual. A empresa seria do filho de Pontual e recebeu do Estado R$ 89,8 milhões de 2011 até este ano.

A Secretaria de Educação diz que as merendas estão garantidas e o atual modelo de contratação será aperfeiçoado até maio. Em dezembro do ano passado, o conselheiro do TCE Dirceu Rodolfo emitiu um alerta de responsabilização ao Governo por um pregão destinado ao fornecimento de alimentação escolar para 108 Escolas de Referência em Ensino Médio (Erem). A auditoria do Órgão apontou problemas como a não adoção de critérios para avaliar a qualidade do fornecimento das refeições, a adoção de índices de atualização monetária de parcelas em atraso em desacordo com a legislação, e a não exigência de composição dos custos no objeto da contratação.

Em uma reunião entre Dirceu Rodolfo e o secretário de Administração, Milton Coelho (PSB), o gestor demonstrou a disposição de adequar às irregularidades apontadas na auditoria no contrato em questão e nas demais licitações. Um termo de ajuste de gestão (TAG) vem sendo elaborado e a expectativa é que os novos contratos sejam firmados no início de junho. O TCE ressalta ainda que a decisão de revogar todas as atas de registro de preço partiu do próprio governo. "Outro aspecto relevante é que as merendas estão sendo fornecidas normalmente às escolas, através de contratos provenientes de dispensas de licitação", diz o Órgão.

Por meio de nota, o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), lembrou que as atas de registro de preço alvo de questionamento substituirão contratos que estão encerrando sua vigência e garantiu que todas as escolas estão recebendo merenda normalmente e não haverá desabastecimento. "A Secretaria de Educação está realizando um trabalho conjunto com o Tribunal de Contas do Estado para aperfeiçoar o modelo atual de contratação e, após esta discussão, os novos contratos entrarão em vigor", explicou o socialista. Para Isaltino, as revogações têm o objetivo de impedir que outras instituições solicitem adesão por carona sem o modelo ter sido pactuado com o TCE. (Com informações do Jornal do Commercio. CONFIRA)