Pernambuco registrou mais de
1.600 assassinatos nos primeiros 100 dias de 2017, num crescimento de mais de
35% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas
1.181 mortes. Até o último dia 10 de abril, foram registrados 1.650 homicídios
em todo o Estado. Nos próximos dias, a Secretaria de Defesa Social (SDS) de
Pernambuco deve apresentar o balanço da criminalidade do mês de março – que,
segundo dados disponíveis no próprio site da Secretaria, bateu novo recorde
como o mês mais violento de todo o Pacto pela Vida, com 548 mortes, o que
representa uma média de 17,7 crimes por dia.
Segundo os dados oficiais da
SDS, entre janeiro e março deste ano foram cometidos 1.522 crimes violentos
letais intencionais (CVLIs) em Pernambuco – além de 130 casos nos primeiros dez
dias de abril, segundo registro dos plantões das policias. Em relação aos
crimes contra o patrimônio, que inclui casos de roubos e assaltos à população,
inclusive de veículos e assaltos a ônibus, foram registradas 10.321 ocorrências
no mês passado, elevando a conta no ano para 31.570 crimes violentos contra o
patrimônio no ano. Os números representam uma média de um caso de roubo ou
assalto a cada quatro minutos.
Para o deputado Silvio Costa
Filho, líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a
estratégia do governo do Estado, que se restringe a trocar o secretário de
Defesa Social e os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil vem se
mostrando inócua no combate à violência. “Infelizmente, essa é a realidade
enfrentada pelos pernambucanos hoje. Entra secretário, sai secretário; entra
comandante, sai comandante e a violência continua aumentando. Há seis meses no
cargo, o secretário Angelo Gioia não conseguiu reduzir os índices de
criminalidade. Muito pelo contrário, sob o seu comando a SDS registrou mais de
2.900 assassinatos em Pernambuco, uma média de quase 500 mortes por mês”,
comparou.
O Parlamentar oposicionista cobra
do Governo do Estado ações efetivas para tirar Pernambuco dessa situação de
guerra, citando exemplos de Estados como o Ceará, a Paraíba e Goiás, que
reduziram os índices de criminalidade apesar de viver o mesmo quadro de crise
de Pernambuco. Hoje, segundo as entidades ligadas aos agentes de segurança, a
Polícia Militar opera com metade do efetivo que seria necessário e a Polícia
Civil tem um efetivo menor que há 30 anos.