Servidores do Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA) estão sem condições de prestar a assistência
técnica devida aos produtores rurais no Agreste Meridional. Além de carros e
máquinas paralisadas, como visto durante a ida da oposição a Garanhuns, na
semana passada, informações obtidas junto a lideranças políticas da região pelo
deputado Álvaro Porto (PSD) apontam para a falta de estrutura e até de
combustível.
Em discurso proferido nesta
terça-feira, dia 25, na Assembleia, o Deputado informou que escritórios do Órgão
estão sem funcionar por falta de pagamento de aluguel. Outros se inviabilizam
porque a energia é constantemente cortada em decorrência de débitos com a
Celpe. Mas não só isso. A antiga cota de R$ 230,00 de combustível para o
transporte dos técnicos foi cortada em mais de 50%. Hoje está fixada em apenas R$
100,00.
“Como assegurar a extensão
rural, a assistência técnica e o socorro a quem trabalha no campo? Como
garantir o sustento a quem vive da terra se o corpo técnico que existe no
quadro do Estado para auxiliar e incrementar a produção não pode se deslocar
até as áreas rurais por falta de gasolina?”, indagou. “Após cinco anos de seca,
de assistirmos o gado ser dizimado e a produção da bacia leiteira despencar, os
produtores rurais ainda estão sendo obrigados a lidar com a negligência do
Governo”, destacou.
Durante a visita dos deputados
de oposição a Garanhuns, o quadro visto no IPA foi de abandono, segundo Porto.
“Mais de dez carros usados para o deslocamento de técnicos para as propriedades
rurais estão virando sucata na garagem. Retroescavadeiras que deveriam estar em
atividade estão estacionadas no pátio. E ensiladeiras doadas pelo Governo
Federal a diversos municípios da região, ainda em 2015, estão servindo apenas
como depósito de poeira”, disse. “O órgão estadual que existe exatamente para prestar
assistência técnica a estes produtores está à míngua”, completou.
No discurso, o Deputado Oposicionista
lembrou ainda que está comprovado que agricultores com assistência técnica
aumentam até três vezes a renda em comparação ao que não tem. “Este dado não
pode ser ignorado, ainda mais quando se sabe que 75% da alimentação dos
brasileiros vem dá agricultura familiar. Para quem já amarga cinco anos de
seca, a extensão é vital. Sem ela, a produção está fadada a desaparecer”.
Outro aspecto que aflige os
servidores do setor, segundo Porto, diz respeito ao salário. De acordo com ele,
há queixas de que os valores estão congelados há anos e que não há espaço de
diálogo do Estado no sentido de colocar o tema em debate. “Segundo o que
ouvimos, os funcionários, quando tentam falar sobre o tema, são obrigados a
ouvir do secretário de Agricultura que os salários estão em dia. Quando cobram
a disponibilização de veículos para o trabalho, ouvem que os carros estão aptos
e abastecidos para rodar. Quer dizer, as condições de trabalho são precárias,
mas o dirigente da pasta faz de conta que nada de grave está acontecendo.
Prefere reafirmar a realidade que existe apenas no discurso do Governo”,
disparou Porto. (Com informações e
imagens da Assessoria/Flávio Japa)