sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Novo Suspeito de envolvimento com morte de Promotor é preso


Essa é destaque no Portal G1/NE:

“Está preso mais um suspeito de envolvimento com o assassinato do promotor de justiça Thiago Faria Soares, assassinado em 14 de outubro de 2013, no Agreste do estado. A prisão foi anunciada na manhã desta quinta-feira (4), mas ocorreu na quarta (3) à tarde, segundo a Polícia Federal (PF). Ele foi detido em casa, no município de Buíque, também no Agreste. À noite, quando chegou à sede da PF, prestou depoimento e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). A prisão temporária tem validade de 30 dias.

A polícia suspeita de envolvimento dele com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o mandante do crime. O preso teria estado presente no momento do assassinato do promotor, em Itaíba. O acusado também abrigou José Maria Barbosa quando este estava foragido, e o recebeu em casa durante as eleições deste ano. O fazendeiro se entregou à polícia no fim de outubro deste ano e está preso no Cotel.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal, Marcelo Diniz Cordeiro, existem vários indícios de participação do suspeito na morte do promotor. Na casa e no carro do homem que foi preso, foram encontrados recortes de jornais com reportagens relativas ao crime, mas a ação ainda é investigada. "Temos fortes indícios de que ele tenha participado, mas essa participação nós vamos esclarecer somente ao final, como foi a participação de cada um, de cada indivíduo que esta sendo preso", afirma Cordeiro.

ENTENDA O CASO - O crime aconteceu no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300. O promotor foi morto no Agreste, quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou a investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.

A motivação envolveria uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio.

Edmacy Ubirajara chegou a ser preso – passou dois meses no Centro de Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. O advogado de defesa conseguiu que o acusado saísse da prisão para responder pelo homicídio em liberdade.

Quatro cartuchos de espingarda 12 foram encontrados no carro do promotor.  A noiva, Mysheva Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de um veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio escaparam ilesos.

Em agosto deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a imediata transferência de responsabilidades no caso do promotor para os órgãos federais. Para o ministro relator, Rogerio Schietti Cruz, é notório um conflito entre Polícia Civil e Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Polícia Federal já estava a par de alguns atos urgentes, depois de liminar, enquanto tal determinação não era decidida. O pedido de federalização foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.


Para o STJ, "o crime estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem". Parentes da noiva do promotor já foram alvo de denúncias e investigações sobre este tipo de crime na região”.