Essa é destaque no Portal G1/NE:
“Está preso mais
um suspeito de envolvimento com o assassinato do promotor de justiça Thiago
Faria Soares, assassinado em 14 de outubro de 2013, no Agreste do estado. A
prisão foi anunciada na manhã desta quinta-feira (4), mas ocorreu na quarta (3)
à tarde, segundo a Polícia Federal (PF). Ele foi detido em casa, no município
de Buíque, também no Agreste. À noite, quando chegou à sede da PF, prestou
depoimento e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel).
A prisão temporária tem validade de 30 dias.
A polícia
suspeita de envolvimento dele com o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo
Barbosa, acusado de ser o mandante do crime. O preso teria estado presente no
momento do assassinato do promotor, em Itaíba. O acusado também abrigou José
Maria Barbosa quando este estava foragido, e o recebeu em casa durante as
eleições deste ano. O fazendeiro se entregou à polícia no fim de outubro deste
ano e está preso no Cotel.
De acordo com o
superintendente da Polícia Federal, Marcelo Diniz Cordeiro, existem vários
indícios de participação do suspeito na morte do promotor. Na casa e no carro
do homem que foi preso, foram encontrados recortes de jornais com reportagens
relativas ao crime, mas a ação ainda é investigada. "Temos fortes indícios
de que ele tenha participado, mas essa participação nós vamos esclarecer
somente ao final, como foi a participação de cada um, de cada indivíduo que
esta sendo preso", afirma Cordeiro.
ENTENDA O CASO - O crime aconteceu no dia 14 de outubro de
2013, na PE-300. O promotor foi morto no Agreste, quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou
a investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado,
Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.
A motivação
envolveria uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse
para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o
imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro
negou ter cometido o homicídio.
Edmacy Ubirajara
chegou a ser preso – passou dois meses no Centro de Triagem Professor Everardo
Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. O advogado de defesa conseguiu que o
acusado saísse da prisão para responder pelo homicídio em liberdade.
Quatro cartuchos
de espingarda 12 foram encontrados no carro do promotor. A noiva, Mysheva
Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro,
os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de
um veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do
carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e
andou pelo acostamento. Os atiradores voltaram e o homem que estava atrás
atirou outras três vezes, antes de deixar o local do crime. Mysheva e o tio
escaparam ilesos.
Em agosto deste ano, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) determinou a imediata transferência de
responsabilidades no caso do promotor para os órgãos federais. Para o ministro
relator, Rogerio Schietti Cruz, é notório um conflito entre Polícia Civil e
Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A Polícia Federal já estava a par de
alguns atos urgentes, depois de liminar, enquanto tal determinação não era
decidida. O pedido de federalização foi feito pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot.
Para o STJ,
"o crime estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio
na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem". Parentes da noiva do promotor já
foram alvo de denúncias e investigações sobre este tipo de crime na região”.