terça-feira, 9 de junho de 2015

Álvaro Porto diz Governo penalizou Festividades nos Municípios com shows para Prefeitos Aliados


Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira, dia 8, o deputado Estadual Álvaro Porto (PTB) afirmou que o corte de R$ 4 milhões para o São João de Pernambuco, anunciado pelo Governo do Estado como medida de contenção de despesas, é uma falácia. E anunciou que, passados os festejos juninos, entrará com novo pedido de informação à gestão estadual sobre os gastos com shows.

“Apenas entre março e maio, o governo empregou R$ 2,2 milhões em shows realizados em eventos de toda ordem", disse o Deputado, lembrando em seguida os indícios de superfaturamento nos cachês pagos aos artistas durante o carnaval deste ano. “Agora, num levantamento preliminar, se detecta, novamente, a existência de variação de cachês. Ou seja, os mesmos erros podem estar se repetindo, o que só penaliza o São João dos municípios”, disse.  

Segundo Porto, uma análise dos dados do Diário Oficial derruba o discurso oficial de que os repasses para as festas de padroeiros e de emancipação de municípios estão suspensos. "Não estão. Muito dinheiro continua sendo usado nesses eventos”, completou.

Vice-líder da oposição, o petebista salientou ainda que entre os artistas e bandas contratadas entre março e maio estão às chamadas “atrações de fora”, cujos cachês superam facilmente a casa dos R$ 100 mil reais. “Quer dizer: o Governo anunciou o corte de verbas para o apoio a festas juninas dos municípios, limitou os contratos aos músicos da terra, mas não deixou de bancar shows com artistas nacionais”, pontuou.

Para o Deputado, os critérios utilizados pelo governo para o financiamento dessas festas demonstram ser políticos, uma vez que os municípios beneficiados são, via de regra, aqueles que têm prefeitos integrantes da base de apoio do governo Paulo Câmara. “Nessa história de contenção de gastos o que a gente vê, na realidade, é uma encenação das mais descaradas: o governo aproveitou a visibilidade do São João para posar de preocupado com gastos, mas não deixou de agradar aos aliados quando achou que devia fazê-lo”, finalizou Álvaro Porto.