Imagine uma prefeitura que
arrecada R$ 26 mil de IPTU por ano e desembolsou, só em julho último, R$ 1,7
milhão para pagar a folha de pessoal. Esse município chama-se Jaqueira, na Mata
Sul de Pernambuco, e tem uma população de 11,6 mil pessoas e 731 servidores
municipais, o que dá uma média de um funcionário para cada 15 habitantes.
No município vizinho, em Maraial, a folha de pagamento mensal gira em
torno de R$ 1,7 milhão bancando o salário de 720 funcionários, o que significa
que também há um servidor para cada 15 cidadãos. No Agreste, a cidade de Brejo
da Madre de Deus desembolsa mensalmente cerca de R$ 4 milhões para pagar 1.480
servidores, sendo um funcionário para cada 34 moradores. Essas cidades não são
exceções. Os pequenos municípios de Pernambuco têm
centenas de funcionários, folhas de pagamento milionárias e sobrevivem,
basicamente, de recursos repassados pela União e arrecadados – em forma de
impostos – por todos os brasileiros.
Esse cenário é histórico, todavia, a crise econômica fez esses recursos
diminuírem e os Municípios, após atrasos no pagamento de salários, precisaram
demitir para se adequar à nova realidade e para obedecer a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece limites com o gasto de pessoal. Cerca
de 3 mil servidores já foram dispensados pelas prefeituras em 24 cidades
pernambucanas neste ano. Em Jaqueira, mais 50 pessoas ficarão desempregadas até
o fim deste mês; 50 já foram dispensadas. Já a Prefeitura de Brejo da Madre de
Deus dispensou 300 pessoas desde setembro último e pretende chegar a um total
de 500 desligados até o próximo dia 15. O quadro de demissões ficará ainda
maior com a chegada do final do ano, quando se encerram os contratos
temporários. É que para janeiro, a previsão é que muitos servidores temporários
não sejam recontratados. (Com
informações e arte do JC Online. CONFIRA)