segunda-feira, 22 de julho de 2013

CANIBAIS: Família de vítima tenta mudar nome de criança registrada por assassino



Mais de um ano após a divulgação do caso que ficou conhecido como 'dos Canibais', a dona de casa Cosma de Araújo Pereira cria a filha de Jéssica Pereira, morta em 2008 pelo trio acusado de matar para comer carne humana, e luta na Justiça para mudar o nome da criança como uma tentativa de esquecer a tragédia. O suposto assassino de Jéssica, Jorge Negromonte Silveira, registrou a menina como filha dele e colocou o sobrenome na certidão de nascimento.

O Ministério Público deve entrar na próxima semana com uma ação negatória de paternidade a pedido de Cosma. Segundo o promotor Fabiano Saraiva, Jorge é considerado o pai da menina porque a registrou e será necessário um exame de DNA para esclarecer o caso. Segundo a família, quando a jovem foi sequestrada pelos acusados, a criança já tinha um ano, por isso não existe a possibilidade dela ser filha do acusado.

“Será um processo delicado e demorado. Não basta mudar o nome na certidão. Vamos precisar de um exame para provar que ele não é o pai. O Jorge terá que aceitar fazer a prova e a criança não terá mais o nome de um pai nos documentos, caso seja provado que ele não é parente”, registra o promotor Fabiano Saraiva.

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Jéssica Camila Pereira foi, possivelmente, a primeira vítima dos canibais. Ela desapareceu com 17 anos, em 2008, e estava com a filha, na época com um ano. A jovem foi atraída por uma falsa proposta de emprego como babá. Em abril de 2012, a polícia descobriu o caso e o corpo de Jéssica foi encontrado enterrado no quintal de uma casa em Olinda-PE. Além de Jorge, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva foram presas.

A filha de Jéssica viveu todo esse período com os três e, segundo a tia da vítima, presenciou toda a violência praticada por eles e comeu a carne da própria mãe. No dia 20 de junho de 2012, a tia conseguiu a guarda definitiva e a levou para a casa. De abril até junho, a criança permaneceu em um abrigo.

De acordo com Cosma, a garota se lembra do trio e ainda apresenta sinais de comportamento agressivo, além de dificuldade na alimentação. “Eles criaram a menina com muita manha e violência. Ela lembra de tudo e parece gostar do Jorge, mas não gosta das duas mulheres. Ela é inteligente. Estou aos poucos conseguindo torná-la uma criança afetiva”.  

Cosma vive em Igarassu-PE com a renda que recebe do programa Bolsa Família e das doações da igreja evangélica que frequenta. A menina deveria passar por um tratamento psicológico, mas Cosma já tem 64 anos e diz não ter condições de saúde para levar a menina até o médico.

"PESSOAS MÁS"- O trio teria ainda afirmado em depoimento à polícia que usava parte dos corpos das vítimas para rechear salgados, como coxinhas e empadas. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelas investigações em Garanhuns, Weslei Fernandes. O delegado contou que os criminosos escolhiam as mulheres que acreditavam ser "pessoas más" para virarem suas vítimas.

Ao todo, os suspeitos teriam confirmado o assassinato de oito mulheres. Quatro teriam sido mortas em Olinda, uma na Paraíba e três em Garanhuns, mas somente dois corpos foram encontrados até hoje. O corpo de Jéssica em Olinda e de outra jovem, em Garanhuns. A Polícia realizou escavações para a localização. Eles ainda aguardam julgamento. (Com informações do Portal R7)