Confira a Opinião do Senador publicada no Blog do Magno Martins:
“Há muito tempo, o PSB de
Pernambuco está sob o foco das investigações da Polícia Federal e outros órgãos
investigativos. A sociedade vem acompanhando os acontecimentos com muito
constrangimento. Ao longo do processo, esperamos esclarecimentos cabais. Mas essas
explicações nunca ocorreram de forma a afastar as fortes suspeitas que recaem
sobre este partido, pelas posturas e condutas adotadas por seus agentes
políticos.
Nunca fiz julgamentos
antecipados, visto que essas denúncias envolvem, inclusive, figuras públicas
que já não mais estão presentes para se defender. No entanto,
considerando agora que as novas denúncias trazidas na delação da JBS atingem
frontalmente o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife,
Geraldo Julio, não poderia deixar de, ao lado da sociedade pernambucana, exigir
um esclarecimento definitivo sobre essa questão.
Com relação ao governador, o
delator fala de propina de R$ 1 milhão. E relaciona ainda visitas e gestões
promovidas à época pelo atual governador e o atual prefeito do Recife
relacionadas a um grande montante de recursos que não estão declarados na
prestação de contas da campanha de Paulo Câmara. Se comprovadas as denúncias,
resta comprometida a legitimidade do mandato do governador, bem como sua
autoridade ética, moral e política.
Desde o início da Operação
Lava Jato, o PSB de Pernambuco tem revelado um condenável protagonismo. Cabe
lembrar que, em outubro de 2014, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto
Costa, já apontava em sua delação a participação de expoentes do partido. Tanto
Costa quanto o ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, confirmaram
repasse de propina de R$ 20 milhões para a campanha do PSB em 2010. Um dos
operadores citados é o ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes.
O PSB é o centro da Fair Play,
operação paralela à Lava Jato que investiga desde agosto de 2015 uma série de
irregularidades na Arena Pernambuco: superfaturamento, restrição à
competitividade na licitação do projeto, pagamento de propina via doações
oficiais e até eventuais crimes contra o sistema financeiro. Os principais
investigados são o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara. Eles
foram, respectivamente, presidente e vice-presidente do Comitê de Gestão
Público Privada do Governo de Pernambuco, responsável pela viabilização da
obra.
Ainda em 2015, várias
operações da Polícia Federal tiveram o PSB como alvo. Em julho, a Operação
Politeia apreendeu bens dos socialistas adquiridos com supostas práticas
criminosas. Em dezembro, a Operação Catilinárias evitou a destruição de provas
de integrantes do partido, citados em esquemas de corrupção na Lava Jato. No
mesmo mês, o PSB foi um dos principais investigados na Operação Vidas Secas,
que apura desvio de R$ 200 milhões na obra da transposição do rio São Francisco.
O PSB é o protagonista da
Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016, que investiga uma
organização criminosa, formada por 30 pessoas de várias empresas, suspeita de
ter movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. Outra operação é a Vórtex,
que está apurando crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de
dinheiro.
Em 2017, a delação do
ex-executivo da Odebrecht João Pacífico revelou que o PSB cobrava 3% dos
valores dos contratos que a empreiteira firmou em Pernambuco, a exemplo da
Adutora do Pirapama, da refinaria Abreu e Lima e do Complexo Prisional de
Itaquitinga.
Sobre essas graves questões,
não cabe agora hesitação, que tem sido a marca do governador. Pernambuco exige
resposta. Senador Armando Monteiro (PTB-PE)”.