Essa é destaque no Blog de Noélia Brito:
“Em delação premiada perante a Procuradoria Geral da República, o
executivo Ricardo Saud, da JBS, revelou que logo após a morte do
ex-governador Eduardo Campos, o então candidato ao governo do Estado de
Pernambuco, Paulo Câmara, acompanhado do já prefeito do Recife, Geraldo Júlio,
teriam-no procurado para pedir o que o próprio delator chamou, em vídeo
divulgado pelo telejornal NETV, da Rede Globo, de "propina", para
ajudar a eleger Paulo Câmara governador. Em seu depoimento, o delator Ricardo
Saud afirma que Geraldo Júlio e Paulo Câmara teriam feito, inclusive, um
apelo sentimental à memória de Campos.
Para corroborar seu depoimento, Saud menciona
a utilização de empresas que teriam sido utilizadas como intermediárias
para que os pagamentos para as campanhas de Eduardo Campos à presidência, de
Paulo Câmara ao governo do Estado e de Fernando Bezerra Coelho, ao Senado,
fossem realizados, chegando a citar valores e até números de notas fiscais
"frias" utilizadas na "lavagem" do dinheiro repassado às
campanhas do dois candidatos.
No Anexo 36, da delação premiada de Ricardo Saud, há notas e
apontamentos feitos de próprio punho, indicando que do dinheiro repassado pela
JBS ao PSB, R$ 11.100.000,00 teriam sido para a Nacional, R$ 2.950.000,00 para
a Regional pernambucana, já que no cabeçalho são indicados apenas os nomes de
Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho e outros R$ 400 mil para o PPL, Partido
da Pátria Livre, de São Paulo, da cota destinada pela JBS ao pagamento do que
os próprios executivos da JBS chamam de "propina" ao PSB, sendo que
desses valores, R$ 3 milhões teriam sido em espécie e R$ 1.210.000,00 em notas
fiscais "frias", totalizando R$ 18.660.000,00”. (Com informações e imagens do Blog Noélia Brito. CONFIRA)
CÂMARA REPUDIA
ACUSAÇÕES - Em nota, o governador Paulo Câmara repudiou a denúncia de
recebimento de propina na campanha de 2014. "Nunca solicitei e nem recebi
recursos de qualquer empresa em troca de favores", afirma no texto, em que
diz não ter recebido nenhuma doação da empresa. "Tenho uma vida dedicada
ao serviço público. Sou um homem de classe média, que vivo do meu
salário", disse, garantindo que todas as doações feitas a sua campanha
seguiram a lei, foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Já o prefeito do Recife, Geraldo Julio, também repudiou
as acusações e disse nunca ter tratado de recursos ilegais com a JBS ou com
qualquer outra empresa. "O próprio documento divulgado pela Justiça
registra que as doações feitas à campanha nacional do PSB não foram por troca
de favores. Todas as doações recebidas pelo partido foram legais",
escreveu.
O advogado de Fernando Bezerra Coelho, André Luiz Callegari, divulgou uma
nota em que afirma que "todas as doações para a campanha do senador foram
devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral". A defesa
afirmou ainda que não teve acesso aos autos e que "repudia as declarações
unilaterais divulgadas e ratifica que elas não correspondem à verdade".
Clique em player e confira a reportagem do NETV, da Rede Globo, sobre o assunto: