O presidente Michel Temer
concedeu, na manhã desta quarta-feira, dia 29, uma entrevista ao programa Passando
a Limpo, da Rádio Jornal. E ele aproveitou a oportunidade de falar ao público
pernambucano não apenas para enumerar feitos de seu Governo no Estado – segundo
ele, uma relação de “oito páginas cheias” de trabalho “em todas as áreas” -,
mas também para dar muita ênfase à boa relação que manteve com o governador
Paulo Câmara ao longo de seu governo, que teve início com o afastamento da
então presidenta Dilma Rousseff.
Apesar do PMDB, partido de
Temer, não estar ligado a nenhuma das coligações que disputam o Palácio do
Campo das Princesas – e do esforço que o Governador vem fazendo para desvincular-se da imagem
dele e associar-se à de Lula -, o presidente fez questão de
ressaltar que recebeu o apoio de Paulo Câmara, inclusive para chegar à
Presidência, através da votação do impeachment. Temer afirmou que, entre outras
iniciativas em prol de Pernambuco, procurou atender às solicitações do
governador por reforço das Forças Armadas na Segurança Pública do estado.
“Nosso próprio Governador, gentilíssimo, o governador Paulo Câmara.
Você sabe que não houve momento que eu fosse a Pernambuco, na história da
transposição, por exemplo, que ele lá não estava comigo. Não houve momento em
que ele pedisse as chamadas Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem,
que eu não deferia. O que resultava em agradecimentos que ele me fazia. Aliás,
desde o primeiro momento ele deu esse apoio. Os deputados ligados a ele, todos
votaram pelo impeachment sem que eu fizesse qualquer pedido.”
Depois de destacar essa
cumplicidade do governador para com ele, Temer disse entender por que Paulo
Câmara anda sendo tão enfático nas Tentativas de afastar a imagem do presidente
de sua campanha à reeleição. E ainda mostrou confiança de que, depois das
eleições, os dois possam retomar a boa relação. “Eu já tenho estrada política e
concepções conceituais suficientes para compreender o Governador. Ele está no
período eleitoral, precisa ter alguém em quem bater. Eu confesso que nem tinha
muitas notícias disso, não acompanho muito o que ele faz, o que ele diz. Vamos
compreender a posição dele. Logo depois da eleição, ele se pacifica, não tenho
dúvida disso”, pontuou.
RÉPLICA – Poucos
minutos depois da entrevista, Paulo Câmara ligou para a produção do programa e
comentou as declarações de Michel Temer, que não foi poupado pelo Governador.
Ele se mostrou decepcionado com a maneira como o Presidente tratou não só
Pernambuco, mas toda a região Nordeste. Além disso, tentou deixar claro que
“não concorda” com a forma como Temer governa o Brasil, colando a imagem do
emedebista às coligações que fazem oposição ao PSB no Estado.
“Vamos primeiro separar o que é cordialidade do que é apoio. Cordial
nós temos que ser com todas as pessoas, apoio é bem diferente. O presidente
Temer não tem nosso apoio e nunca teve, em nenhum dos momentos de seu governo.
Pelo contrário, nós éramos a favor que tivéssemos novas eleições”, afirmou,
referindo-se ao posicionamento de seu partido na época da votação do
impeachment. (Com informações da
Veja.com - CONFIRA)