Essa é destaque no
Diário de Pernambuco:
“A reconstituição do assassinato do promotor de Itaíba,
Thiago Faria Soares, realizada na manhã dessa segunda-feira, mostrou que a
advogada Mysheva Martins, sua noiva, não teria condições de identificar com
clareza a pessoa que atirou nele. A constatação de fontes do IC contradiz o
depoimento de Mysheva à polícia no qual ela afirma ter reconhecido o agricultor
Edmacy Cruz Ubirajara como o autor dos disparos.
O assassinato ocorreu em 14 de outubro, na rodovia
PE-300, em Águas Belas, Agreste do estado. A polícia trabalha com a hipótese de
que o crime tenha sido motivado por disputa pelas terras da Fazenda Nova. O
depoimento de Mysheva, que foi gravado pela polícia, chegou a motivar a prisão
do suspeito, solto na semana passada por falta de provas. O laudo da simulação
deve ficar pronto em até 30 dias. Já o inquérito ainda não tem data para ser
concluído.
Segundo a perita do Instituto de Criminalística (IC)
Vanja Coelho, que coordenou a reconstituição, durante mais de três horas
peritos, auxiliares, fotógrafos e policiais civis refizeram os últimos passos
de Thiago, Mysheva e do tio dela, Adaltivo Martins, que estaria de carona com o
casal no dia do crime. “A reprodução simulada foi bastante frutífera e todos os
resultados serão anexados ao inquérito policial num prazo entre 20 e 30 dias.
Analisamos os ângulos de visão e refizemos tudo que as testemunhas disseram.
Durante todo o tempo, Mysheva esteve bastante emocionada”, comentou Vanja.
Outro elemento demonstrado na reconstituição é que o
casal foi até a Fazenda Nova, onde Mysheva arrendou alguns hectares de terra,
antes de seguir para Itaíba. Baseada apenas no depoimento da noiva do promotor
e das testemunhas oculares da cena do crime, a reprodução simulada mostrou que
havia três homens dentro do Corsa que interceptou o Hyundai do promotor na
PE-300. A pessoa que efetuou os disparos estava sentada no banco traseiro do
veículo, que não tinha placa dianteira.
A delegada Josineide Confessor, que preside o
inquérito juntamente com o delegado Alfredo Jorge, pouco falou sobre as
investigações. “A reconstituição foi para esclarecer algumas dúvidas e
confrontar com os depoimentos das testemunhas. Todas as diligências feitas até
agora foram bastante proveitosas, no entanto, como o caso está sob segredo de
Justiça, não podemos dar maiores detalhes”, ressaltou a delegada”.