quarta-feira, 13 de maio de 2015

Impasse na Educação pode desencadear Greve de Professores em Garanhuns


Cerca de 80% de professores graduados de escolas municipais de Garanhuns deram início ao estado de greve na última segunda-feira, dia 11. Eles estão cumprindo apenas meio expediente, de acordo com informações do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos de Garanhuns e Região (SINSEMUG). Eles reivindicam o repasse dos 13,1% sobre o salário, o que teria sido aprovado pela Câmara de Vereadores no dia 10 de abril. Já a Prefeitura diz que menos de 20% dos efetivos participam do Movimento.

O presidente do SINSEMUG, Luciano Florêncio (foto ao lado), alerta que a greve poderá se tornar real, caso a administração municipal não convoque a categoria e corrija a tabela. "Já tínhamos discutido antes com o Prefeito e os Vereadores que seria 13,1% linear, porém, quando os docentes pegaram seus contracheques e fizeram os cálculos, não deu o valor. Teve professor que recebeu 9,1%, 7%, teve até 0,8%, mas não recebeu o acordado", afirma. O Presidente ainda explica que o repasse está sendo feito em relação à graduação de cada educador, em vez de ser linear - quando todos ganham a mesma porcentagem.

Já o advogado Lucicláudio Góes, procurador adjunto de Garanhuns, reafirmou, por meio da SECOM, que o reajuste de 13,1% foi repassado realmente de acordo com a qualificação de cada professor, porém, alega que o SINSEMUG sabia desse acordo, pois acompanhou o projeto de lei. "O poder executivo elaborou o projeto de lei e encaminhou para o poder legislativo em conformidade com a lei de numero 11.738/2008, que trata do piso nacional do magistério, equivalente ao valor de R$ 1.917. A Procuradoria destaca que nenhum professor efetivo da rede municipal recebe menos que o piso nacional", relatou ele ao G1.

VOTAÇÃO NA CÂMARA – Enquanto isso, o Presidente da Câmara, vereador Gersinho Filho (SDD), endossou a informação do Governo Municipal e registrou que o Projeto nunca foi linear. O Parlamentar também reiterou ao G1 que o Sindicato acompanhou e sabia disso; inclusive, indica a existência da tabela a ser seguida quanto ao repasse. "Como eles estão dizendo que não sabiam se tem essa tabela?", indaga.

Questionado sobre a afirmação do Vereador, Luciano Florêncio explica que essa tabela sempre existiu. O documento indica o nível de cada profissional de acordo com as respectivas qualificações. "Por exemplo, um professor recém-formado é do nível 1. Só que isso não tem nada a ver com o que foi acordado entre a categoria, o prefeito e a secretaria. Era para todos receberam a mesma porcentagem", finaliza.

Já a secretária de Educação, Janecélia Marins (foto acima), em nota, ressaltou que o reajuste não pode ser linear, já que a Prefeitura não pode fixar tal valor, por conta da lei de responsabilidade fiscal. "O Município não tem como pagar, pois a folha de pagamento vai ultrapassar 54%. Esse aumento foi posto numa lei que foi votada na Câmara dos Vereadores. Tudo pode ser negociado", diz.

AULAS - Caso não haja acordo, mais de 18 mil alunos poderão ficar sem aula por tempo indeterminado. "Estamos preocupados com nossos alunos, mas nossas reivindicações também são importantes", comenta a professora Idânia Sobral.

A pasta municipal de Educação afirma que estagiários e professores contratados estão garantindo a permanência dos estudantes nas escolas, enquanto houver o estado de greve. A ação, segundo o SINSEMEG é ilegal. "Temos a preocupação com o aluno, pois é um direito constitucional de acesso dele à escola. Por isso, nós vamos garantir a aula normal", finalizou a secretária de Educação, Janecélia Marins. (Com informações do G1 Caruaru

Clique AQUI e confira a NOTA DA PREFEITURA DE GARANHUNS SOBRE O ESTADO DE GREVE DEFLAGRADO PELOS PROFESSORES EFETIVOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE GARANHUNS. 





"RELATÓRIO SOBRE O ESTADO DE GREVE DEFLAGRADO PELOS PROFESSORES EFETIVOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE GARANHUNS

12 de maio de 2015

     O Governo Municipal de Garanhuns, por meio da Secretaria de Educação e Esportes (Seduce), tem procurado cumprir o que determina o artigo 206, da Constituição Federal (1988) que se refere à igualdade de condições para o acesso e permanência dos alunos na escola, e, o artigo 208, sobre o dever do Estado com a educação - cujo conteúdo do § 3º do artigo 208 da Constituição Federal foi reproduzido, em 1996, no artigo 5º da LDBEN -, reafirmando que cabe ao Poder Público zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência do aluno à escola.

     Assim sendo, a Secretaria de Educação mobilizou a equipe técnica, gestores e coordenadores da Rede Municipal de Ensino, enquanto agentes do poder público, para a garantia do acesso e permanência do aluno na escola, desde ontem (11) - quando os professores desta Rede Municipal deflagraram estado de greve -, possibilitando a condição do trabalho dos pais e responsáveis e todo o pleno desenvolvimento social. Portanto, o percentual de adesão ao primeiro dia do estado de greve foi menor que 20% dos servidores efetivos.

Todas as informações relatadas acima são fiéis aos relatórios enviados pelas Unidades Escolares Municipais.

Atenciosamente, 
Profa Janecélia Marins
Secretária de Educação e Esportes".