“O Hospital Regional Dom Moura
não é PSF! Quando está com um Clínico só, agente tem que atender só as fichas
vermelhas, é classificação de risco, as emergências. Na medida em que os outros
Colegas (Médicos) vão chegando ao Plantão, agente vai abrindo e quando a equipe
estiver completa abre todas”, explicou o Médico, em meio ao estresse de mais um
dia agitado naquela Unidade de Saúde, por conta do grande número de pacientes
que procuravam atendimento médico no Dom Moura na manhã do último sábado, dia
16.
Ao desabafar, o Médico Paulo
Mendonça enfatizou, segundo Ele, as reais atribuições do Hospital Dom Moura. “Febre
baixa, dores articulares, isso é coisa de PSF, só abre o plantão aqui do Dom Moura
quando está completa a equipe. Infelizmente, a saúde de Garanhuns não funciona!
Quem ainda salva Garanhuns chama-se o Hospital Regional Dom Moura! A gente faz
aqui um trabalho de PSF, que não é para agente fazer, porque o Hospital
Regional Dom Moura, por Lei, o que Ele era para fazer era só atender os vinte a
tantos Municípios, todos eles encaminhados com senha. Esse ambulatóriozão
(grande ambulatório) que a gente faz aqui, agente faz para atender o povo de
Garanhuns porque não tem saúde aqui em Garanhuns. Se gabam que Garanhuns tem
trinta e tantos PSF. Isso não funciona aqui em Garanhuns! O Dom Moura atende mais
de 400 pacientes por dia de PSF e a população de Garanhuns coloque as mãos para
o céu, porque tem o Dom Moura!”, chamou a atenção o médico Paulo Mendonça.
Indagado pelo repórter Aurimar
Ferreira (imagem ao lado), da Rádio Jornal, se as pessoas que procuravam atendimento no Dom Moura,
naquele momento, deveriam estar sendo atendidas pelos Postos de Saúde, o Dr.
Paulo Mendonça foi enfático: “90%, inclusive aqui quase todas são para Postos de
Saúde. Dor todo mundo sente, doente todo mundo está, mas é impossível um
Hospital Regional dar conta de uma região que tem 600 mil pessoas, estar
fazendo PSF aqui, isso é impossível!”, alertou o Profissional de Medicina, que
finalizou: “o Hospital Regional Dom Moura é um hospital de referência.
Referência para os Hospitais Municipais. Infelizmente em Garanhuns não existe um
Hospital Municipal e a gente aqui não é PSF. É isso que o povo tem que entender!”,
finalizou o Médico Paulo Mendonça.
A Expectativa é que ao longo desta segunda-feira, dia 18, a Prefeitura
de Garanhuns possa se pronunciar quanto às declarações do Médico Paulo Mendonça.
O Blog do Carlos Eugênio está à disposição do Governo de Garanhuns para
publicar a sua versão quanto aos fatos noticiados nesta reportagem.
Clique em player e ouça a entrevista veiculada na Ronda Policial/Rádio Jornal Garanhuns:
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ENTENDA AS
CORES E OS ATENDIMENTOS NO DOM MOURA - O Protocolo de Avaliação e Classificação de Risco foi adotado pelo Hospital Regional Dom Moura no inicio
do ano passado, atendendo as determinações para emergências emitidas pelo Ministério da
Saúde, desde 2003. Trata-se da classificação de
risco, que objetiva atender pela ordem, conforme a gravidade dos casos
clínicos. A avaliação é feita de imediato por técnicos, enfermeiros e
assistentes sociais, e conforme o caso, o paciente recebe uma cor; vermelha,
amarela, verde ou azul.
Os pacientes acolhidos classificados com a cor vermelha são aqueles considerados em situação mais grave, geralmente com traumatismos, queimaduras, alteração de consciência e perfurações, entre outros, e assim ganham prioridade sobre os demais. Após a avaliação, os pacientes com cores amarelas têm prioridades sobre os verdes, e estes sobre os azuis, que geralmente não se tratam de casos de emergência e na maioria dos casos deveriam ter procurado o atendimento nas Unidades de Saúde localizadas nas imediações das suas residências, que prestam bons serviços aos seus pacientes.
SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA
É INCERTA – Uma solução para desafogar a demanda no Dom Moura já vem sendo
viabilizada pela Prefeitura. Trata-se da Unidade de Pronto Atendimento (UPA
24h), que está sendo edificada no bairro Francisco Figueira, a Cohab 2.
Segundo o Prefeito de
Garanhuns, Izaías Régis, cerca
de 60% da construção já está edificada, todavia a inauguração da Unidade,
prevista para o próximo mês de julho, não está garantida. É que segundo Izaías,
que esteve em Brasília-DF em novembro passado para tratar desse assunto, a
Prefeitura não terá condições para arcar com os custos de funcionamento da Unidade.
"O custo para a manutenção mensal da UPA é de mais de um milhão de
reais. O repasse do Governo Federal não representa 20% desse valor o que torna
improvável que o Município consiga resolver arcar com os custos. Minha
preocupação, enquanto Gestor, é que não consigamos manter a Unidade de Saúde,
já que o custo é muito alto para o Governo Municipal", chamou a atenção
Régis, que pontuou: “é extremamente importante para o efetivo funcionamento da
UPA que haja para uma parceria entre os Governos Federal e Estadual, só assim
será possível manter a UPA 24h em nossa Cidade", alertou o Prefeito,
mostrando-se frustrado com a possibilidade da Unidade não entrar em
funcionamento.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas),
caso venha a funcionar, oferecerá o serviço de emergência 24 horas durante os
sete dias da semana. A Unidade, de porte II, terá capacidade para atender, em
média, 300 pacientes por dia.