segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

MÉDICO QUE ATENDE NO DOM MOURA DESABAFA: “Esse Ambulatório que a gente faz aqui é para atender o povo de Garanhuns porque não tem Saúde aqui. Se gabam que Garanhuns tem trinta e tantos PSF´s. Isso não Funciona!”


O Médico Paulo Mendonça, que atende na Clínica Médica do Hospital Regional Dom Moura, aproveitou uma entrevista veiculada na Rádio Jornal Garanhuns no último sábado, dia 16, para desabafar. Segundo Ele, o atendimento no Dom Moura torna-se deficitário diante da falta de atendimentos nos Postos de Saúde de Garanhuns.   

“O Hospital Regional Dom Moura não é PSF! Quando está com um Clínico só, agente tem que atender só as fichas vermelhas, é classificação de risco, as emergências. Na medida em que os outros Colegas (Médicos) vão chegando ao Plantão, agente vai abrindo e quando a equipe estiver completa abre todas”, explicou o Médico, em meio ao estresse de mais um dia agitado naquela Unidade de Saúde, por conta do grande número de pacientes que procuravam atendimento médico no Dom Moura na manhã do último sábado, dia 16.   

Ao desabafar, o Médico Paulo Mendonça enfatizou, segundo Ele, as reais atribuições do Hospital Dom Moura. “Febre baixa, dores articulares, isso é coisa de PSF, só abre o plantão aqui do Dom Moura quando está completa a equipe. Infelizmente, a saúde de Garanhuns não funciona! Quem ainda salva Garanhuns chama-se o Hospital Regional Dom Moura! A gente faz aqui um trabalho de PSF, que não é para agente fazer, porque o Hospital Regional Dom Moura, por Lei, o que Ele era para fazer era só atender os vinte a tantos Municípios, todos eles encaminhados com senha. Esse ambulatóriozão (grande ambulatório) que a gente faz aqui, agente faz para atender o povo de Garanhuns porque não tem saúde aqui em Garanhuns. Se gabam que Garanhuns tem trinta e tantos PSF. Isso não funciona aqui em Garanhuns! O Dom Moura atende mais de 400 pacientes por dia de PSF e a população de Garanhuns coloque as mãos para o céu, porque tem o Dom Moura!”, chamou a atenção o médico Paulo Mendonça.  

Indagado pelo repórter Aurimar Ferreira (imagem ao lado), da Rádio Jornal, se as pessoas que procuravam atendimento no Dom Moura, naquele momento, deveriam estar sendo atendidas pelos Postos de Saúde, o Dr. Paulo Mendonça foi enfático: “90%, inclusive aqui quase todas são para Postos de Saúde. Dor todo mundo sente, doente todo mundo está, mas é impossível um Hospital Regional dar conta de uma região que tem 600 mil pessoas, estar fazendo PSF aqui, isso é impossível!”, alertou o Profissional de Medicina, que finalizou: “o Hospital Regional Dom Moura é um hospital de referência. Referência para os Hospitais Municipais. Infelizmente em Garanhuns não existe um Hospital Municipal e a gente aqui não é PSF. É isso que o povo tem que entender!”, finalizou o Médico Paulo Mendonça.       

A Expectativa é que ao longo desta segunda-feira, dia 18, a Prefeitura de Garanhuns possa se pronunciar quanto às declarações do Médico Paulo Mendonça. O Blog do Carlos Eugênio está à disposição do Governo de Garanhuns para publicar a sua versão quanto aos fatos noticiados nesta reportagem.

Clique em player e ouça a entrevista veiculada na Ronda Policial/Rádio Jornal Garanhuns:



ENTENDA AS CORES E OS ATENDIMENTOS NO DOM MOURA - O Protocolo de Avaliação e Classificação de Risco foi adotado pelo Hospital Regional Dom Moura no inicio do ano passado, atendendo as determinações para emergências emitidas pelo Ministério da Saúde, desde 2003. Trata-se da classificação de risco, que objetiva atender pela ordem, conforme a gravidade dos casos clínicos. A avaliação é feita de imediato por técnicos, enfermeiros e assistentes sociais, e conforme o caso, o paciente recebe uma cor; vermelha, amarela, verde ou azul.

Os pacientes acolhidos classificados com a cor vermelha são aqueles considerados em situação mais grave, geralmente com traumatismos, queimaduras, alteração de consciência e perfurações, entre outros, e assim ganham prioridade sobre os demais. Após a avaliação, os pacientes com cores amarelas têm prioridades sobre os verdes, e estes sobre os azuis, que geralmente não se tratam de casos de emergência e na maioria dos casos deveriam ter procurado o atendimento nas Unidades de Saúde localizadas nas imediações das suas residências, que prestam bons serviços aos seus pacientes.

SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA É INCERTA – Uma solução para desafogar a demanda no Dom Moura já vem sendo viabilizada pela Prefeitura. Trata-se da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), que está sendo edificada no bairro Francisco Figueira, a Cohab 2.

Segundo o Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, cerca de 60% da construção já está edificada, todavia a inauguração da Unidade, prevista para o próximo mês de julho, não está garantida. É que segundo Izaías, que esteve em Brasília-DF em novembro passado para tratar desse assunto, a Prefeitura não terá condições para arcar com os custos de funcionamento da Unidade. 

"O custo para a manutenção mensal da UPA é de mais de um milhão de reais. O repasse do Governo Federal não representa 20% desse valor o que torna improvável que o Município consiga resolver arcar com os custos. Minha preocupação, enquanto Gestor, é que não consigamos manter a Unidade de Saúde, já que o custo é muito alto para o Governo Municipal", chamou a atenção Régis, que pontuou: “é extremamente importante para o efetivo funcionamento da UPA que haja para uma parceria entre os Governos Federal e Estadual, só assim será possível manter a UPA 24h em nossa Cidade", alertou o Prefeito, mostrando-se frustrado com a possibilidade da Unidade não entrar em funcionamento.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas), caso venha a funcionar, oferecerá o serviço de emergência 24 horas durante os sete dias da semana. A Unidade, de porte II, terá capacidade para atender, em média, 300 pacientes por dia.