Se janeiro foi difícil para a gestão Paulo Câmara
(PSB), com crise no sistema prisional e protestos contra o aumento de
passagens, os próximos meses podem ser ainda piores. Categorias diversas de
servidores estaduais sinalizam que o governo estadual terá um primeiro semestre
turbulento caso as negociações de reajuste salarial não tenham um desfecho
considerado satisfatório. O primeiro round será no dia 12 de fevereiro na mesa
geral de negociação entre os sindicatos do funcionalismo público e a Secretaria
de Administração.
Esse primeiro encontro servirá para o governo estadual
apresentar os números do Estado, presentes no balanço fiscal de 2015 divulgado
até o fim deste mês. Nas negociações do ano passado, o Governador conseguiu
convencer as categorias de que os reajustes salariais eram inviáveis por
colocar a gestão em confronto direto com a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF). Ainda assim, Paulo Câmara presenciou duas greves de professores e
paralisações diversas de outras categorias.
O Governador já começou 2016 enfatizando a crise
econômica, mas pode não ter a mesma compreensão do seu primeiro ano de administração.
“Entendemos que 2015 foi de dificuldades e passamos o ano construindo
alternativas, mas o governo não avançou. Não aceitaremos passar 2016 sem
avanços. A depender do que ocorrer, pode haver paralisações de 24h ou 48h e
greve por tempo indeterminado”, declarou o presidente do Sindicato dos
Servidores Públicos Estaduais, Renilson Oliveira.
De acordo com Renilson, a ordem é pressionar o Governo.
“Temos março para ajustar as negociações e partir de abril, se o Governador não
sinalizar com melhorias da faixa salarial e benefícios, vamos mobilizar a
categoria e começar um ano turbulento. A nossa data-base em junho e até lá
temos que ter tudo concluído, aprovado e encaminhado através de lei para que as
mudanças sejam aplicados”, falou.
Um dos mais críticos ao governo, o presidente do
Sindicato dos Policiais Civis, Áureo Cisneiros, reclama de que a gestão
socialista não cumpriu acordos firmados em dezembro. Entre eles, formação dos
dois grupos de trabalho para reformular o Plano de Cargos, Carreiras e
Vencimentos a Lei Orgânica da categoria. “Não tivemos retorno da Secretaria de
Administração em janeiro. Nenhum Governo assina um termo de compromisso com uma
categoria e descumpre em menos de um mês”, afirmou.
Responsável por greves que deram dor de cabeça ao
governador em 2015, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação também reclama do
tratamento dado pelo Estado. “O Ministério da Educação anunciou um reajuste de
11,36% no piso salarial dos professores. Encaminhamos um ofício para o governo
sobre o assunto e até agora não tivemos retorno”, falou o presidente do
sindicato, Fernando Melo.
A Secretaria de Administração, por meio de nota, disse que mantém diálogo
aberto e permanente com todas as categorias e que, diante de um “cenário
adverso”, tem respeitado a capacidade financeira do Estado. (Com informações do
JC On-line)