Ex-ministro de Dilma Rousseff
(PT), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) tem feito gestos cada vez mais
nítidos de aproximação com o PSDB e o DEM, legendas que hoje são independentes
em relação à gestão do governador Paulo Câmara (PSB). O "namoro"
entre as siglas passa pelo cenário eleitoral de 2018, onde estarão em jogo uma
candidatura ao governo e duas vagas para o Senado. Além de Armando, os
ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM), e das Cidades, Bruno Araújo
(PSDB), são nomes sempre lembrados para a disputa majoritária.
"Eu estou à disposição dessas
forças aqui no Estado que se opõem a esse projeto aqui de Pernambuco. Acho que
esse projeto se esgotou", afirmou o petebista, em entrevista à Rádio
Jornal. "Vamos construir. E com forças independentes, que já se declaram
como tal hoje em Pernambuco. Eu espero que a gente possa, de alguma maneira,
integrar uma grande frente que possa promover uma grande renovação na política
de Pernambuco", emenda, confirmando que está falando de PSDB e DEM.
O primeiro gesto de Armando
foi o apoio "sem inibições" a Raquel Lyra (PSDB) em Caruaru. Ele
também fez elogios a Mendonça e Bruno. E, na semana passada, afirmou que as
melhores críticas a Geraldo Julio (PSB) na eleição do Recife partiram de Daniel
Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM). Na votação da PEC 241, que cria um teto
para o aumento de gastos na União, os cinco deputados ligados ao senador
votaram a favor do governo Michel Temer. O próprio Armando votará a favor da
proposta.
Em reserva, aliados de Armando
dizem que a lealdade dele a Dilma foi admirável. E que ele retribuiu o apoio do
PT em 2014, ao endossar a campanha de João Paulo (PT) à Prefeitura do Recife. A
partir de agora, porém, o senador ficaria livre para tentar uma reorganização
política. "A contrapartida que Armando tinha que dar ao PT, ele já
deu", dizem.
A relação de Armando com o PT
não é ideológica: ele foi filiado ao PSDB entre 1990 e 1997. Em 2012, o senador
foi o primeiro a deixar a administração João da Costa (PT), mostrando que não
estava disposto a desidratar junto com os petistas. Imerso em sua maior crise
desde o impeachment, o PT viu os 630 prefeitos eleitos há quatro anos
encolherem para 256 agora. O PSDB e o DEM, por outro lado, ganharam terreno.
Se está cedo para confirmar
qualquer aliança, PSDB e DEM não têm qualquer restrição a Armando. Mendonça
Filho, por exemplo, é só elogios ao "homem público sério e
qualificado" para quem estará sempre aberto ao diálogo. "A relação de
Armando com o PT, eu não sei como ela vai avançar", diz. Para Bruno
Araújo, o senador era o ministro mais respeitado do governo Dilma, que não
conseguiu fazer mais pela falta de sintonia entre sua visão da economia com o
governo do PT. "Ele vai ter um papel importante nesse momento de votação
das reformas. É do interesse do Palácio do Planalto ter um Armando Monteiro
como aliado", afirma o tucano. (Com
informações do Jornal do Commercio. CONFIRA)