Três anos após o assassinato do Promotor de Justiça, Thiago Faria
Soares, 36 anos, em Águas Belas, os quatro acusados pelo crime vão à júri
popular hoje, dia 24. O julgamento acontece na sede da Justiça Federal de
Pernambuco (JFPE), no Jiquiá, Zona Oeste do Recife, e deve durar quatro
dias.
José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcanti,
Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva enfrentarão as
acusações de homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de
homicídio de Mysheva Freire Ferrão Martins, noiva da vítima, e do tio dela,
Audautivo Elias Martins, que estavam no carro com o promotor na hora da
execução. O destino dos quatro estará nas mãos de 25 jurados.
Mysheva, que sobreviveu à investida criminosa, será escoltada pela
Polícia Federal de sua casa em Itaíba, até o Recife. No pedido apresentado à
JFPE, a Advogada alegou que teme por sua vida, “não só pela astúcia dos
matadores de terem assassinado um Promotor de Justiça, mas também porque o
mandante do crime, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, fala de dentro do Cotel
através do telefone celular”, pontua a Advogada.
A Justiça Federal acatou o pedido de Mysheva, sob a justificativa de que
“o itinerário a ser percorrido, bem como o horário de deslocamento para
participar da sessão de julgamento é de fácil conhecimento, tornando-a uma Vítima
em potencial para eventual investida.” Por motivos de segurança, o Órgão não
informou quantos policiais estarão envolvidos na escolta.
RELEMBRE O CRIME - O crime
aconteceu em 14 de outubro de 2013 e teve repercussão nacional. Thiago Faria
seguia com a noiva e o tio dela para Itaíba, onde trabalhava,quando teve o
carro interceptado no quilômetro 19 da PE-300, no município de Águas Belas. Os
suspeitos efetuaram os disparos contra o Promotor e fugiram em seguida.
A motivação do crime, segundo a PF, envolveu a disputa pelas terras da
Fazenda Nova. O acusado José Maria Pedro Rosendo Barbosa teria perdido a posse
em um leilão para Mysheva, e teve que deixar sua casa. Como vingança, teria
planejado o atentado.
A investigação foi marcada por divergências entre a Polícia Civil e o
Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Enquanto a Polícia seguia a linha de que
o crime teria sido motivado pelas terras, os Promotores consideravam que o
assassinato poderia ter sido motivado por vingança ou ciúmes. Devido ao
empasse, o caso passou para as mãos da Polícia Federal em 13 de agosto de
2014. (Com informações do JC
Online. CONFIRA)