domingo, 26 de março de 2017

CAMPANHA ANTECIPADA?: Projeto do Governo do Estado põe João Campos na Vitrine

 

O Pernambuco em Ação, cuja primeira rodada foi promovida de quinta a sábado nos Sertões do Pajeú, Itaparica e Moxotó, serviu para reforçar ainda mais o projeto eleitoral que se desenha para João Campos. Filho do ex­-governador Eduardo Campos e chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), ele integrou a mesa de autoridades do evento, mas não discursou em nenhum momento. Ainda assim, teve sua imagem valorizada e foi escalado para dar entrevistas em nome do governo estadual.

As declarações de João Campos obedecem ao mesmo roteiro de outros integrantes do primeiro escalão do governo estadual. Para a falta de ação da gestão Paulo Câmara em algumas áreas, a resposta sempre vem atrelada à crise econômica. O filho de Eduardo, que nas entrevistas não chama o ex­-governador de pai, mas o trata pelo nome e, às vezes, pelo nome e sobrenome, reforça o discurso de que se o atual governador não emplacou mais projetos não foi por falta de competência. "O Brasil está parado, mas Pernambuco, não. O governador já investiu mais de R$ 2,8 bilhões. Esse investimento só perde para os dois primeiros anos do segundo mandato do governo Eduardo quando o Brasil crescia em ritmo chinês. Pernambuco crescia mais de 10% ao ano e o Brasil a 5%. O governador vem mostrando como é que se faz um governo com responsabilidade fiscal. Os maiores Estados não pagam os salários em dia. Aqui, estamos pagando e fazendo investimentos. Colocamos a educação do Estado no primeiro lugar do Brasil", disse, em entrevista à Rádio Jornal Caruaru.

Questionado se o Pernambuco em Ação não seria uma espécie de campanha eleitoral antecipada, João Campos defende Paulo Câmara em um discurso alinhado com o do próprio governador. "Assim como Eduardo fez em 2009, com caravanas que percorreram várias cidades, o governador Paulo Câmara faz isso em outro formato. O grande interesse é ouvir e estar perto do povo. Só acertam aqueles que escutam o povo. Em tempo de crise, não dá para fazer tudo, mas o que é possível".

As declarações de João Campos mostram que ele fez o dever de casa e estudou os feitos dos governos Paulo e Eduardo. Mas nem sempre as perguntas seguem o script ao qual ele está acostumando-­se a encarar. Em Afogados da Ingazeira, ele foi questionado pelo JC sobre o caso do jovem baleado por um PM em Itambé, na Zona da Mata. A resposta foi mais breve do que de costume. "As autoridades responsáveis por isso já se pronunciaram e estão tomando as medidas cabíveis. Na secretaria de Defesa Social, isso está sendo bem conduzido pelo secretário Ângelo Gioia". (Com informações do Jornal do Commercio. CONFIRA)