O governador Paulo Câmara
encerrou a primeira etapa do Pernambuco em Ação ontem, dia 25, com uma plenária
em Arcoverde e a inauguração de uma Escola Técnica Estadual em Buíque, ambas
cidades do Sertão do Moxotó. O evento de prestação de contas seguiu os moldes
das etapas de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, Petrolândia, no Sertão
do Moxotó, com discursos feitos sob medida para destacar as realizações da
atual gestão. No entanto, ao contrário do que ocorreu na quinta e na sexta-feira,
o evento foi marcado por uma pequeno protesto, encabeçado por estudantes da
Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) de Arcoverde.
Um grupo de alunos de
Odontologia da UPE se postou diante da mesa de autoridades com uma faixa
pedindo melhorias na universidade, mas logo foi retirado da quadra onde o
Pernambuco em Ação estava sendo realizado. Fora do recinto, os estudantes
conversaram com o secretário de Administração, Milton Coelho, o secretário da
Casa Civil, Antônio Figueira, o chefe de gabinete do governador, João Campos, e
o reitor da UPE, Pedro Falcão. Apesar de o Pernambuco em Ação contar com um
espaço para que moradores da região façam intervenções, nenhum dos estudantes
discursou. As pessoas escolhidas para falar no palanque, a maior parte
integrante de movimentos sociais ligados à luta por moradia popular, só fizeram
declarações positivas para o governo.
Longe do palco, Allan Martins,
do 8º período de Odontologia da UPE, cobrou do Governador e entregou uma carta
dos estudantes a Paulo Câmara. “Detalhamos a nossa situação de dificuldade. Até
agora, a gente não conseguiu iniciar esse período e o primeiro semestre de 2017
está parado. A gente está sem condições de funcionamento porque não tem a
estrutura mínima para a gente fazer as práticas, tanto clínicas quanto
laboratoriais. A gente mudou de um prédio provisório para um definitivo, que
não está ainda totalmente pronto. A previsão é que seja entregue em abril, com
o atraso na compra dos equipamentos e nos processos de licitação para essas
compras, a gente não tem previsão para voltar às aulas ainda este semestre”,
disse.
Cobrado pelos alunos, o Governador
agendou um encontro para as 11h desta quinta-feira no Palácio do Campo das
Princesas e direcionou a pressão para o Reitor da UPE. “Vamos resolver este
problema, não, é professor?”, disse. A reunião terá a presença de integrantes
da Casa Civil. Por sua vez, o Reitor afirmou que as pendências estão perto de
serem resolvidas. “A empresa entregou o prédio (definitivo do campus) no final
de fevereiro. Então, todos os equipamentos dos laboratórios foram instalados. A
gente está dependendo para inaugurar o prédio que seja resolvida a questão do
orçamento este ano, que é uma reunião de pactuação que acontece com todos os
órgãos do Estado. Esta reunião está marcada para esta semana. A reitoria da UPE
não está com nenhuma preocupação em relação aos inícios das aulas. É uma
questão de momento para que a gente faça essa reunião de pactuação, todo o
processo licitatório para os ar condicionados para abrir a clínica”, disse
Falcão.
PRESTAÇÃO DE
CONTAS - No
encerramento da primeira rodada do Pernambuco em Ação, o governador Paulo
Câmara realizou um balanço dos investimentos no Sertão do Estado. Ao todo,
foram liberados R$ 123 milhões para as Regiões do Pajeú, Itaparica e Moxotó
direcionados para as áreas sócio-econômicas. No último dia, o chefe do
executivo anunciou R$ 25 milhões de investimentos em Recursos Hídricos,
Educação, Habitação, Agricultura Familiar e Infraestrutura no Moxotó. O grande
anúncio foi a autorização para início das obras e serviços de implantação do
Sistema Adutor do Moxotó, com aporte de R$ 8,5 milhões do Governo do Estado.
OPOSIÇÃO - E diante do Pernambuco em Ação, a oposição à gestão
socialista vai fazer o ‘Pernambuco sem ação’. Enquanto o Governador está
viajando o Estado para justificar o que não foi feito até agora e
“repactuar” projetos, os opositores querem mostrar a “verdade”. Questionado
nesta sexta-feira, dia 24, sobre o assunto, Paulo Câmara rebateu: “Eu estou
fazendo o meu trabalho, governando Pernambuco”, arrematou.
O socialista admitiu
dificuldades e voltou a reconhecer que não vai conseguir cumprir a promessa da
campanha de 2014 de dobrar os salários dos professores. “Evidentemente que
dobrar não dá”, disse. “Meu desejo é que dobre. Os professores precisam ganhar
cada vez mais.” Para tentar compensar, Paulo Câmara afirmou que vai criar
premiações para quem ensina em escolas que atingem as metas no Estado. (Com informações do Jornal do Commercio.
CONFIRA)