Quem trafega com destino a
Capital do Estado, Recife, deve ficar atento ao péssimo estado de conservação e
a falta de sinalização nos dois sentidos da BR 232, que exigem atenção
redobrada ao volante e, principalmente, vigilância no pé do acelerador.
Os 50 quilômetros entre Caruaru
e Gravatá são os mais críticos. Os desníveis na pista exigem que os condutores,
para viajar com segurança, não cheguem perto dos 100 quilômetros por hora, o
limite máximo permitido.
Já no sentido do interior, os problemas começam na
saída do Recife, onde as placas de sinalização estão pichadas, depredadas, ou
simplesmente sumiram. Nas imediações do município de Moreno, na Região
Metropolitana, os remendos na pista vão ficando mais frequentes. Um posto da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) próximo à entrada da cidade está desativado
desde o início deste ano, devido ao término de um convênio entre a prefeitura e
a corporação. O trecho entre Vitória de Santo Antão e Gravatá é percorrido com
relativa tranquilidade. De Bezerros até Caruaru, mais asfalto ruim e placas
deficientes. Na maior parte dos dois sentidos da rodovia, o mato alto engole
placas e algumas partes do acostamento. "É importante que os condutores
observem os limites de velocidade, mantenham distância segura do veículo da
frente e não usem o celular enquanto dirigem", observa o inspetor
Cristiano Mendonça, da PRF.
Inaugurada em 2002, a
duplicação da rodovia custou cerca de R$ 400 milhões e foi símbolo máximo da
gestão Jarbas Vasconcelos (1999-2006) à frente do governo do Estado. Quinze
anos depois, a má conservação, a fiscalização deficiente e a imprudência dos
motoristas são traduzidos em acidentes: no trecho entre o Recife e Caruaru, foram
190 no ano de 2016, número menor que os 246 registrados em 2015, mas ainda
preocupante. Os trechos entre Recife e Jaboatão, além da área de Caruaru, são
os campeões de ocorrências.
Para o professor do
Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e
Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Maurício Pina, o mau estado da
BR-232 é fruto, entre outras coisas, da ação do tempo e da falta de
fiscalização do peso dos veículos que circulam na rodovia. "A vida útil de
um pavimento de concreto é de 20 anos. Com 15 anos, a 232 já cumpriu 75% desse
período", afirma. Ele conta que coordenou uma pesquisa sobre o impacto do
peso dos caminhões e carretas sobre o asfalto da via. "Cerca de 62% desses
veículos que circulam na BR-232 têm carga acima do permitido, muitas vezes mais
que o dobro. E o efeito sobre o pavimento é exponencialmente maior." Para
ele, a discussão sobre a privatização da rodovia deveria ser feita "sem
radicalismos" pela sociedade.
Segundo a Secretaria de
Transportes do governo do Estado, os futuros investimentos na BR-232 estão
inseridos no Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo federal.
Ainda não há perspectiva sobre a possível concessão da rodovia a empresas privadas.
O trecho da BR-232 entre o Recife e Caruaru está sob a batuta do governo do
Estado até 2027. (Com informações e
images do Jornal do Commercio. CONFIRA)