quinta-feira, 22 de junho de 2017

MÁ CONSERVAÇÃO E FALTA DE SINALIZAÇÃO: Todo cuidado é pouco na BR-232


Quem trafega com destino a Capital do Estado, Recife, deve ficar atento ao péssimo estado de conservação e a falta de sinalização nos dois sentidos da BR 232, que exigem atenção redobrada ao volante e, principalmente, vigilância no pé do acelerador.

Os 50 quilômetros entre Caruaru e Gravatá são os mais críticos. Os desníveis na pista exigem que os condutores, para viajar com segurança, não cheguem perto dos 100 quilômetros por hora, o limite máximo permitido. 

Já no sentido do interior, os problemas começam na saída do Recife, onde as placas de sinalização estão pichadas, depredadas, ou simplesmente sumiram. Nas imediações do município de Moreno, na Região Metropolitana, os remendos na pista vão ficando mais frequentes. Um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) próximo à entrada da cidade está desativado desde o início deste ano, devido ao término de um convênio entre a prefeitura e a corporação. O trecho entre Vitória de Santo Antão e Gravatá é percorrido com relativa tranquilidade. De Bezerros até Caruaru, mais asfalto ruim e placas deficientes. Na maior parte dos dois sentidos da rodovia, o mato alto engole placas e algumas partes do acostamento. "É importante que os condutores observem os limites de velocidade, mantenham distância segura do veículo da frente e não usem o celular enquanto dirigem", observa o inspetor Cristiano Mendonça, da PRF.

Inaugurada em 2002, a duplicação da rodovia custou cerca de R$ 400 milhões e foi símbolo máximo da gestão Jarbas Vasconcelos (1999-2006) à frente do governo do Estado. Quinze anos depois, a má conservação, a fiscalização deficiente e a imprudência dos motoristas são traduzidos em acidentes: no trecho entre o Recife e Caruaru, foram 190 no ano de 2016, número menor que os 246 registrados em 2015, mas ainda preocupante. Os trechos entre Recife e Jaboatão, além da área de Caruaru, são os campeões de ocorrências.

Para o professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Maurício Pina, o mau estado da BR-232 é fruto, entre outras coisas, da ação do tempo e da falta de fiscalização do peso dos veículos que circulam na rodovia. "A vida útil de um pavimento de concreto é de 20 anos. Com 15 anos, a 232 já cumpriu 75% desse período", afirma. Ele conta que coordenou uma pesquisa sobre o impacto do peso dos caminhões e carretas sobre o asfalto da via. "Cerca de 62% desses veículos que circulam na BR-232 têm carga acima do permitido, muitas vezes mais que o dobro. E o efeito sobre o pavimento é exponencialmente maior." Para ele, a discussão sobre a privatização da rodovia deveria ser feita "sem radicalismos" pela sociedade.

Segundo a Secretaria de Transportes do governo do Estado, os futuros investimentos na BR-232 estão inseridos no Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo federal. Ainda não há perspectiva sobre a possível concessão da rodovia a empresas privadas. O trecho da BR-232 entre o Recife e Caruaru está sob a batuta do governo do Estado até 2027. (Com informações e images do Jornal do Commercio. CONFIRA)