Os promotores de Justiça
Frederico Magalhães e George Diógenes Pessoa, membros do Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público de
Pernambuco (MPPE), concederam uma entrevista coletiva, nessa quinta-feira, dia
3, através da plataforma Google Meet, para esclarecer aos jornalistas
participantes como ocorreu o levantamento dos dados que detectou o número de
14.170 servidores estaduais e municipais entre ativos e inativos, recebendo
irregularmente o auxílio emergencial, benefício do Governo Federal devido à
pandemia de COVID-19.
Eles informaram que o
levantamento se deu por um cruzamento de dados de diversas fontes, o qual
apontou o montante de pessoas com vínculo e remuneração ao Poder Público. “Não
sabemos ainda se todas essas pessoas fraudaram por vontade própria, por terem
sido levadas a fazer por terceiros ou se tiveram seus dados furtados”,
salientou o coordenador administrativo do Gaeco, Frederico Magalhães.
“Os nomes não serão
divulgados, por não termos certeza se as pessoas envolvidas são realmente
culpadas. O número é tão alto que quero acreditar que muitas delas tenham sido
vítimas de terceiros”, frisou Frederico Magalhães. Segundo as investigações,
servidores municipais ou estaduais, que integravam a folha de pagamento do
poder público em abril de 2020, teriam sido contemplados com o auxílio
emergencial. O pagamento indevido estimado teria chegado a R$ 9.965.400,00.
Petrolina, Pesqueira,
Garanhuns e Saloá são os municípios que possuem o mais elevado número de
servidores que receberam auxílio emergencial. Também foi constatado pelo MPPE
que em 155 municípios pernambucanos, pelo menos um servidor recebe auxílio
emergencial.
De acordo com os promotores de
Justiça, ainda é um levantamento preambular, que será disponibilizado aos
promotores de Justiça de cada Município para que deem continuidade às
apurações. “Com nossos dados, que já estão refinados e especificados, os
promotores de Justiça de cada Município envolvido poderão ter embasamento para
suas investigações e chegar à conclusão ou não de que houve improbidade
administrativa. O Gaeco e o Nimppe darão todo apoio necessário”, comentou
George Diogenes Pessoa. Os procuradores da República, que integram o Ministério
Público Federal em Pernambuco, também serão comunicados por se tratar de uma
fraude contra a União.
PARA CONFERIR A ÍNTEGRA DA
ENTREVISTA COLETIVA CLIQUE EM PLAYER: