O PT e o Governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta
de assinaturas em apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) caso o
Congresso aprove o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia, que até
agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida
abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.
"Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós
vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente
condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso
é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas.
Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós
vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a
ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais
articuladores da reação anti-impeachment.
A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais
adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com
jornalistas, a Presidente admitiu "respeitar" uma proposta
alternativa que passe pelo voto popular.
As poucas divergências são quanto ao momento em que a campanha deve ser
deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara,
em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment
chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o que daria tempo para a
mobilização pela coleta de assinaturas. Aliados de Dilma se baseiam em
pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à
presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com
ajuda dos movimentos sociais ligados ao Partido, coletar milhões de assinaturas
em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovara PEC.
No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido
chamada de "contra-golpe", uma espécie de revanche contra Temer, que
virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual Governo
do Vice. "Se o impeachment for admitido aqui acho muito difícil que o
doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se
tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de
presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse
Damous.
"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger Vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás, ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o Deputado. O Vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação, mas não respondeu. (Com informações do Estadão Conteúdo)
"O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger Vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás, ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato", disse o Deputado. O Vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação, mas não respondeu. (Com informações do Estadão Conteúdo)