domingo, 9 de junho de 2013

PTB e Armando ‘soltos’ do PSB e de Eduardo



O possível distanciamento entre Armando e Eduardo é abordado pelo JC na reportagem de Débora Duque: 

“Embora o discurso oficial do presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro Neto (PTB), ainda seja de cautela, integrantes do partido avisam, em reserva, que já está em curso o processo de descolamento do PSB. O entendimento é de que o governador Eduardo Campos (PSB) já deu sinais de que, sob nenhuma hipótese, apoiará a candidatura de Armando ao governo do Estado em 2014 e, por isso, o petebista não tem motivos para aguardar a condução do governador sobre a sucessão estadual.

No início da movimentação nacional de Eduardo, nutria-se a esperança de que o socialista viesse a indicar o senador para sucedê-lo, caso o PTB nacional resolvesse apoiar sua candidatura à Presidência da República. Porém, dentro do PTB local, alega-se que o próprio governador descartou a interlocução de Armando com a cúpula do partido e procurou, à revelia, o então presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson (RJ), em março deste ano, o que desagradou o senador. 

Um dos sinais de que o afastamento já está em processo foi o anúncio do ingresso do atual presidente nacional do PTB, Benito Gama, no governo federal. Depois de negociação com a presidente Dilma Rousseff (PT), ele assumiu a vice-presidência do Banco do Brasil. A articulação é um indicativo de que a cúpula da sigla - que, em 2010, apoiou a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência - deverá mesmo fechar o apoio à reeleição da petista, em 2014.

Em Pernambuco, Armando estaria trabalhando para receber o apoio do PT na disputa pelo governo do Estado e abrigar Dilma em seu palanque. Por isso, tem investido em conversas com o senador Humberto Costa (PT), o deputado federal João Paulo (PT) e o presidente estadual do PT, Pedro Eugênio. O recado é de que o senador não irá esperar o "timing" de Eduardo, ainda que as articulações nacionais e locais dependam do rumo a ser tomado pelo socialista para ganharem contornos definitivos. O cenário ideal para os petebista seria o rompimento do PSB com o PT, o que aumentaria as chances de Armando consagrar-se como candidato único da presidente.

Em conversa com o JC, o senador, porém, é cuidadoso ao tratar do assunto. Destaca que seu partido desfruta de uma "mobilidade natural" para aliar-se ao PSB ou PT na próxima eleição, mas reconhece que os laços foram "fortalecidos" com o segundo . Diplomático, diz que o governador será o "coordenador" da própria sucessão, mas sinaliza que está longe de submeter-se automaticamente à lógica socialista. "Tudo vai depender de como esse processo vai se dar, quais critérios políticos vão orientar essa decisão (de Eduardo), se o debate será aberto ou fechado, se a discussão será democrática ou não", pontua”.