Vários governadores ameaçam decretar calamidade pública e financeira
como forma de pressionar governo Temer a liberar recursos e operações de
crédito. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, disse que ainda vê
alternativas menos drásticas. A pressão aumentou após uma comitiva sair
frustrada de um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques, conversou com a imprensa.
"Os Estados do Nordeste têm avisado que vão decretar calamidade, assim
como o Rio de Janeiro, se não houver uma decisão (sobre ajuda financeira) em
dez dias", afirmou Taques, ao chegar no Ministério para a reunião com
Meirelles.
Taques afirmou que os governadores do Centro-Oeste também estão
conversando com o Governo neste sentido. "(O Estado de) Calamidade pode
fazer com que o Brasil perca rating internacional", afirmou ao comentar os
efeitos nocivos para o País como um todo, caso os Estados, de fato, decretem
estado de calamidade.
Além de Paulo Câmara, o encontro com Meirelles contou com a presença de
vários governadores de várias regiões do País. Entre eles, os governadores do
Amazonas, José Melo de Oliveira; do Amapá, Waldez Góes; e o governador do Rio,
Luiz Fernando Pezão - que disse ter comparecido à reunião com Meirelles para
"prestar solidariedade aos governadores".
PERNAMBUCO NÃO VAI DECRETAR
CALAMIDADE - “A conversa com
o ministro não surtiu efeito porque, mais uma vez, não tivemos respostas claras
sobre os anseios, principalmente com relação ao auxílio financeiro de R$ 7
bilhões que tinha sido colocado como importante neste momento de queda de
receita dos Estados e de forte aumento da demanda por serviços públicos e de
aumento generalizado do desemprego”, afirmou Paulo Câmara.
O cenário, segundo o Governador, é ruim para o Estado. “Vamos ter que
buscar alternativas para o serviço público não colapsar. Saio (da reunião) com
o dever de casa de que, mais uma vez, os Estados não vão contar com ajuda do
governo federal, nem de operações de crédito, nem de auxílio para o fechamento
do ano, como já ocorreu no exercício de 2015”, destacou.
Para Paulo Câmara, é preciso que haja uma mudança de atitude do governo
federal em relação aos Estados, sobretudo com as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
sob pena de empurrar os governadores a assinarem decretos de calamidade como
ocorreu no Rio de Janeiro. “Pernambuco entende que isso precisa ser amadurecido
e melhor pensado, inclusive porque ainda há tempo de se verificar alternativas
e não adotar medidas tão extremas como essa (do Rio)”, disse.
A reunião ocorreu por determinação de Michel Temer (PMDB), que havia
recebido os governadores no último dia 16 de agosto. “Apresentamos um conjunto
de demandas ao presidente Temer, que ficou de respondê-las por meio da Fazenda.
E não houve respostas. Isso gerou frustração para os Estados porque havia (no
encontro com Temer) uma sinalização de alternativas”, reclamou Câmara. (Com informações do JC Online. CONFIRA)