Os médicos residentes do
Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife,
entraram em greve nessa segunda-feira, dia 17. Eles paralisaram as atividades
por tempo indeterminado para denunciar a falta de medicamentos e de insumos
básicos para a realização de procedimentos, como fios de sutura, material para
exames de imagem e soro fisiológico. O Hospital Getúlio Vargas, uma das
referências no Sistema Único de Saúde em Pernambuco, realiza, por mês, mais de
2,2 mil atendimentos na emergência, mais de 19 mil consultas no ambulatório e
mil cirurgias.
Os representantes dos
residentes realizaram uma assembleia na manhã de ontem, dia 17. Em comunicado
aos pacientes, às autoridades e entidades médicas, a categoria informou que o
hospital “não ofereceu as condições mínimas para o exercício profissional
digno, comprometendo a prestação de serviço especializado à população, além de
prejudicar o aprendizado acadêmico”.
Outro documento, assinado
pelos residentes na sexta-feira, dia 14, aponta as principais reivindicações. A
categoria cobra o funcionamento pleno, em até 72 horas, da área de
esterilização de equipamentos “para oferta de material em número suficiente”
para todas as cirurgias eletivas programadas diariamente, além das cirurgias
demandadas pela emergência. Os médicos residentes exigem, ainda, a ativação em
até 14 dias das 14 salas do bloco cirúrgico, com o funcionamento de
ar-condicionado, mesas cirúrgicas e dos carros de anestesia, "que deverão
estar completos em cada sala". O documento cobra também a compra, em até
72 horas, de materiais básicos fundamentais, como antibióticos, fios de sutura,
luvas, escovas de assepsia, filmes para impressão de tomografias e
radiografias, contraste iodado, meios de cultura, sonda nasoenteral, papel A4,
além de bolsas de colostomia.
De acordo com a comissão de
residentes, foram enviados à Secretaria de Saúde de Pernambuco os documentos
com a as reivindicações de cada especialidade médica do hospital. O governo, de
acordo com os estudantes, informou que repassaria recursos e providenciaria a
compra dos insumos.
RESPOSTA - A direção do HGV informou, por meio de nota, que vem
dialogando com os representantes da categoria para resolver a situação e, com
isso, não prejudicar a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS). Ainda segundo o hospital, os procedimentos cirúrgicos são realizados
pelos médicos preceptores e por residentes. Nesta segunda, mesmo com a
paralisação dos residentes, os preceptores estão realizando as cirurgias,
dentro da capacidade da equipe. Até o meio-dia, foram feitos nove
procedimentos. A unidade ressaltou, ainda, que as cirurgias eletivas não ocorrem
nos finais de semana. A direção esclarece que está abastecida dos insumos
necessários para as cirurgias e que as faltas são pontuais, havendo um esforço
da gestão para resolver caso a caso. A nota afirma que será entregue, nos
próximos dias, a nova emergência da unidade, com 100 leitos. (Com informações e imagens do G1 PE.
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