domingo, 16 de setembro de 2018

MOVIMENTE-SE: Falta de Atividade Física Aumenta Risco de Doenças Cardiovasculares, Diabetes, Câncer e Demência

 

O Brasil desponta entre os países que mais elevam a taxa de inatividade física no mundo. A inércia em ascensão também é uma realidade na Alemanha, Nova Zelândia, Estados Unidos e Argentina. O achado está na primeira pesquisa que estima tendências globais de atividade física ao longo do tempo. O estudo, feito por pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS), acaba de ser publicado na revista científica The Lancet Global Health e traz conclusões que preocupam porque a falta de atividade física coloca as pessoas em maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e de demência.

Outro detalhe é que, se o panorama persistir, a meta global da OMS, de 10% de redução da inatividade física, não será atingida até 2025. “É preciso entender que exercício (aquele programado, feito em hora determinada e lugar específico) e atividade física são duas coisas diferentes. A ciência mostra que não precisamos ter um rigor imenso na prática de atividades. Quando se troca o elevador pela escada e o carro por uma caminhada para ir à padaria, já aumentamos o nível de atividade física”, destaca a pesquisadora Jessyka Barbosa, que estuda os efeitos da atividade física para pessoas com diabetes e hipertensão.

Doutoranda em Saúde Pública pela Fiocruz Pernambuco, ela comenta que os resultados da pesquisa publicada no The Lancet Global Health também trazem à tona discussões sobre fatores socioculturais que impulsionam a inércia no Brasil. “Muitas vezes, optamos pelo uso do transporte particular porque queremos nos sentir seguros (na rua e no trânsito). Nesse sentido, consideramos que boa parte da população trabalha oito horas por dia e perde de uma a duas horas no trânsito. Ao chegarem em casa, geralmente cansadas, as pessoas não se sentem estimuladas para realização de atividade física”, diz Jessyka, ressaltando que a falta da adoção de um estilo de vida saudável está conectada (também) com problemas sociais, políticos e culturais.

É urgente a necessidade de os governos fornecerem e manterem infraestrutura capaz de estimular o corpo a se manter em movimento. Mas também podemos fazer a nossa parte, com ações simples que expulsam o comportamento sedentário do dia a dia. “A cada hora, uma pessoa que trabalha sentada pode se levantar, caminhar de dois a três minutos e voltar para a frente do computador. Isso quebra o repouso e ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças”, conclui Jessyka Barbosa. (Com informações e arte do Jornal do Commercio. CONFIRA)