sexta-feira, 12 de abril de 2019

Governo Bolsonaro pretende criar nova Carteira de Estudante

 

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) quer colocar em prática um projeto discutido desde o período de transição. Criar uma carteira de identificação de estudante própria, com o objetivo de esvaziar a carteirinha emitida pela União Nacional dos Estudantes (UNE), União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e por entidades municipais e estaduais. A emissão das carteiras é a principal fonte de renda dessas instituições.

A criação de uma nova carteira passa pela produção de um aplicativo de identificação de participantes nos exames e avaliações, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que é ligado ao Ministério da Educação (MEC). Pela plataforma digital, os estudantes poderão emitir uma carteira eletrônica a partir de identificação com o CPF. Inicialmente, o Governo pretende aplicar o novo modelo aos alunos do ensino superior e só após aplicar para estudantes de outras etapas. A viabilização do projeto seria feita pelo Inep, que detém as bases de dados da educação brasileira.

Segundo a Folha de S. Paulo, os detalhes técnicos da plataforma digital já estão prontos e, nos últimos dias, o Inep trabalhava no layout da carteirinha. Por conta da exoneração do ex-presidente do Inep Marcus Vinicius, que estava tocando o projeto, e do ex-presidente do MEC Ricardo Vélez Rodriguez, o anúncio oficial do aplicativo e da nova carteira de estudante atrasou.

LEGISLAÇÃO - No caminho, o projeto do governo Bolsonaro encontra um empecilho. Uma Lei de 2013, sobre o benefício do pagamento da meia-entrada, garante que apenas a UNE, a Ubes e a ANPG possam emitir as carteiras estudantis. Em 2015, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que o documento também pode ser emitido por entidades estudantis estaduais e municipais, sem vínculo necessário aos órgãos nacionais. A expectativa do MEC é que os estabelecimentos aceitem a identificação oficial aos poucos e o governo não descarta uma tentativa na alteração da lei de meia entrada no Congresso Nacional. (Com informações do JC Online/ Folha de S. Paulo)