Os produtores de leite do Agreste começaram a sentir os
efeitos de mais uma estiagem. E, o que é pior, a possibilidade de que essa seca
se agrave é de 80% baseada nos estudos que analisam a formação do fenômeno
climático El Niño que pode ser um dos mais fortes dos últimos 50 anos. Com a
escassez de água, aumentam os custos de produção para manter o animal e, dessa
vez, a desaceleração da própria economia e alta do dólar estão contribuindo
para aumentar a crise na bacia leiteira pernambucana.
“Há 60 dias começou a piorar. A seca aumenta os custos de
produção e as empresas não estão comprando o leite produzido na região. A
diminuição dos compradores faz o preço cair. Já tem gente vendendo o litro por
R$ 0,85 e o produto está sobrando”, diz o presidente do Sindicato dos
Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite), Saulo Malta. Segundo ele, a
seca atinge cerca de 70% dos produtores dos municípios de Itaíba, Águas Belas,
Buíque, Tupanatinga, Pedra e Venturosa, além de Bodocó, no Sertão.
O dólar também contribui para aumentar os custos dos
produtores. “O saco de soja com 50 quilos está sendo vendido por R$ 73, quando
custava R$ 66 há dois meses. E a tendência é aumentar”, afirma Saulo.
Geralmente, o gado criado em Pernambuco é alimentado com 70% de palma, uma
fibra (que pode ser o sorgo ou capim) que responde por 20% desse total e os 10%
restantes são farelo de soja, ou de milho ou de algodão. Os três últimos são
commodities e aumentam de preço, quando há uma alta da moeda americana.
“Estamos emendando uma seca na outra. É o 5º ano de
estiagem. A forragem (a ração) que tinha guardada acabou em abril. Desde então,
cresceu 30% o custo do alimento do gado e o preço do leite caiu mais de 20%
entre janeiro de 2014 e agosto de 2015”, conta o produtor Edson Félix que
produz gado de leite em Altinho e em Buíque. Ele plantou sorgo em duas áreas da
sua propriedade com a finalidade de ter uma ração na estiagem. A pouca
quantidade de chuva resultou na perda do cereal. O jeito, segundo ele, é
diminuir o rebanho, produzir menos leite e atravessar a seca com uma base
genética boa para voltar a crescer, quando o clima melhorar.
O produtor Pedro Galvão está trazendo a água de beber dos animais de caminhão por 35 quilômetros de uma fazenda em Pedra para outra em Buíque. “Usamos muito combustível e energia e ambos subiram muito”, lamenta. “Não estou mais fazendo conta, porque tudo está no prejuízo”, resume. (Com informações do Jornal do Commercio/JC online)
O produtor Pedro Galvão está trazendo a água de beber dos animais de caminhão por 35 quilômetros de uma fazenda em Pedra para outra em Buíque. “Usamos muito combustível e energia e ambos subiram muito”, lamenta. “Não estou mais fazendo conta, porque tudo está no prejuízo”, resume. (Com informações do Jornal do Commercio/JC online)