sábado, 2 de abril de 2016

Ex-Ministro pede afastamento de Michel Temer


O ex­-ministro da Educação e ex­-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), protocolou nessa sexta-feira, dia 1º, na Câmara dos Deputados, um novo pedido de investigação e impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer. O Pedetista se baseia em citações explícitas nas investigações da Operação Lava Jato que envolvem suposto pagamento de propina e favorecimento ao PMDB e a Temer, presidente da sigla.

Este é o quarto pedido de impeachment protocolado contra o Peemedebista. Os pedidos começaram a ser apresentados no final de 2015. Dois já foram indeferidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB­-RJ), e um ­ do deputado Cabo Daciolo (sem partido-RJ) ­ aguarda apreciação. O ex-governador pede para que o pedido seja analisado pelo vice­-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP­MA), porque Cunha também é investigado na Lava Jato e ambos integram o mesmo partido. Cid disse que veio como cidadão comum pedir a apuração das denúncias envolvendo Temer, ao qual acusa de crime de responsabilidade.

No documento, o ex­-ministro inclui o termo de colaboração premiada do doleiro Alberto Youssef e do senador Delcídio Amaral (sem partido­-MS) e informações sobre suposto repasse de R$ 5 milhões da empreiteira OAS para Temer. Cid não aborda denúncia de crime de responsabilidade fiscal por considerar que as chamadas "pedaladas fiscais" são "artifícios contábeis válidos". "Não há nenhum dolo, nenhum crime de responsabilidade nisso", justificou. Sobre as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (imagem ao lado), em que comenta uma eventual ascensão do PMDB ao poder, Cid demonstra concordância. "Quem melhor descreve isso é o ministro Barroso. São essas as alternativas que o Brasil tem? Certamente não podemos esperar de uma Gestão que tem a frente Michel Temer, presidente de um partido que é o precursor, o aperfeiçoador de uma prática de achaque do serviço público nacional, não podemos esperar do comando de um partido desse uma boa gestão", afirmou.

Cid escolheu este momento para apresentar um pedido de afastamento de Temer por considerar que o processo contra a Petista está tramitando rapidamente e por se preocupar "com o dia seguinte" do impeachment de Dilma. "Não vai ser substituindo Dilma por Michel Temer e por sua turma que a gente vai ter a possibilidade de melhora no País. Não há esperança, sinceramente."

A RESPOSTA DE TEMER - Em tom bem mais duro que o usual, o vice Michel Temer respondeu, por meio de sua assessoria, ao pedido de impeachment contra ele protocolado pelo ex-governador do Ceará Cid Gomes. Segundo a nota, o pedido é um plano orquestrado para desconstruir sua imagem, protagonizado por um agente terceirizado. De acordo com a nota, Gomes encenou um espetáculo deprimente, apresentando um pedido de impeachment que traz uma série de citações já esclarecidas à imprensa. "Notícias velhas sem sustentação, citações equivocadas e interpretações de pessoas mal informadas são à base da justificativa do senhor Cid Gomes, cuja coleção volumosa de fotografias ao lado do delator Paulo Roberto Costa (ex­-diretor da Petrobras condenado na Lava Jato) ilustram bem a biografia e retratam de forma definitiva sua verdadeira prática política", diz o texto. (Com informações do Jornal do Comercio)