O ex-ministro da Educação e
ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), protocolou nessa sexta-feira, dia 1º, na Câmara
dos Deputados, um novo pedido de investigação e impeachment do vice-presidente
da República, Michel Temer. O Pedetista se baseia em citações explícitas nas
investigações da Operação Lava Jato que envolvem suposto pagamento de propina e
favorecimento ao PMDB e a Temer, presidente da sigla.
Este é o quarto pedido de
impeachment protocolado contra o Peemedebista. Os pedidos começaram a ser
apresentados no final de 2015. Dois já foram indeferidos pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e um do deputado Cabo Daciolo (sem partido-RJ)
aguarda apreciação. O ex-governador pede para que o pedido seja analisado
pelo vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PPMA), porque Cunha também é investigado
na Lava Jato e ambos integram o mesmo partido. Cid disse que veio como cidadão
comum pedir a apuração das denúncias envolvendo Temer, ao qual acusa de crime
de responsabilidade.
No documento, o ex-ministro
inclui o termo de colaboração premiada do doleiro Alberto Youssef e do senador
Delcídio Amaral (sem partido-MS) e informações sobre suposto repasse de R$ 5
milhões da empreiteira OAS para Temer. Cid não aborda denúncia de crime de
responsabilidade fiscal por considerar que as chamadas "pedaladas
fiscais" são "artifícios contábeis válidos". "Não há nenhum
dolo, nenhum crime de responsabilidade nisso", justificou. Sobre as
declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto
Barroso (imagem ao lado), em que comenta uma eventual ascensão do PMDB ao poder, Cid demonstra
concordância. "Quem melhor descreve isso é o ministro Barroso. São essas
as alternativas que o Brasil tem? Certamente não podemos esperar de uma Gestão que
tem a frente Michel Temer, presidente de um partido que é o precursor, o aperfeiçoador
de uma prática de achaque do serviço público nacional, não podemos esperar do
comando de um partido desse uma boa gestão", afirmou.
Cid escolheu este momento para
apresentar um pedido de afastamento de Temer por considerar que o processo
contra a Petista está tramitando rapidamente e por se preocupar "com o dia
seguinte" do impeachment de Dilma. "Não vai ser substituindo Dilma
por Michel Temer e por sua turma que a gente vai ter a possibilidade de melhora
no País. Não há esperança, sinceramente."
A RESPOSTA
DE TEMER - Em
tom bem mais duro que o usual, o vice Michel Temer respondeu, por meio de sua
assessoria, ao pedido de impeachment contra ele protocolado pelo ex-governador
do Ceará Cid Gomes. Segundo a nota, o pedido é um plano orquestrado para
desconstruir sua imagem, protagonizado por um agente terceirizado. De acordo
com a nota, Gomes encenou um espetáculo deprimente, apresentando um pedido de
impeachment que traz uma série de citações já esclarecidas à imprensa. "Notícias
velhas sem sustentação, citações equivocadas e interpretações de pessoas mal
informadas são à base da justificativa do senhor Cid Gomes, cuja coleção
volumosa de fotografias ao lado do delator Paulo Roberto Costa (ex-diretor da
Petrobras condenado na Lava Jato) ilustram bem a biografia e retratam de forma
definitiva sua verdadeira prática política", diz o texto. (Com informações do Jornal do Comercio)